Meus olhos, gram coita d'amor

Em A, esta é a última de um conjunto de nove composições que, no manuscrito, parecem ser de um mesmo autor, sendo que as cinco primeiras são igualmente transcritas por B e aí atribuídas a Paio Soares. No entanto, em A, à margem da inicial, e em letras muito pequenas, lê-se pº dapõnt, ou seja, Pero da Ponte. Sendo as composições de A anónimas, e sendo este o único nome de um autor que nos aparece em todo o Cancioneiro da Ajuda, o facto não deixa de ser bastante relevante. Como faz notar Susana Tavares Pedro1, a investigadora que primeiro detetou a situação, esta anotação, juntamente com o facto de só ter sido copiada a primeira estrofe da cantiga (quando havia espaço para as restantes) leva a supor que terá sido detetado um erro na atribuição da cantiga a Paio Soares. É possível, pois, que o seu autor seja efetivamente Pero da Ponte (mas a cantiga não reaparece, no entanto, na obra deste trovador, e em nenhum dos manuscritos).
Bibliographic references
1 Pedro, Susana Tavares (), “Análise Paleográfica das anotações marginais e finais no Cancioneiro da Ajuda”, Actas do Colóquio Cancioneiro da Ajuda (1904-2004), Lisboa, 11-13 de Novembro de 2004, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, Access the web page
Paio Soares de Taveirós or Pero da Ponte

General Note

Fragmento de uma cantiga perdida, no qual o trovador se dirige aos seus chorosos olhos, pedindo-lhes para deixarem de chorar, a fim de olharem enfim a sua senhora.
As dúvidas sobre a autoria desta estrofe são discutidas na nota de autoria (N).