General Note
Pensando no mal que sofre pela sua senhora, o trovador crê que nenhum outro homem o poderia suportar, e nem mesmo ele, tempos atrás. Mas quando pensa nela, tal como a viu no primeiro momento, e pensa na vida que tem levado, dá o seu sofrimento por bem empregado. Esta mesma dualidade reaparece na 2ª estrofe: por um lado, um sofrimento que o faz desejar a morte, por outro a imagem da sua senhora, uma imagem que tudo apaga e o faz mesmo considerar-se feliz. Na 3ª estrofe, o trovador faz o seu (tradicional) elogio, concluindo que todos os que a conhecerem acharão que ele deve agradecer a Deus os males que sofre por tal senhora.Para os dois últimos versos da finda, onde expressa o desejo de a poder ver, deixa o trovador a maior originalidade da cantiga (e um dos finais mais originais de todas as cantigas de amor que nos chegaram): o quadro familiar e muito concreto em que a imagina, sentada com sua mãe num estrado (como dizemos na nota ao último verso, nas casas nobres medievais, sobretudo as ibéricas, as damas sentavam-se habitualmente num estrado, uma superfície que se elevava um pouco do chão, sobre almofadas).
Resources Words "Rima"
(v. 5 de cada estrofe)<br><i>vi </i>