Ora vej'eu que nom há verdade

General Note

Na sequência da cantiga anterior, a donzela diz agora à sua amiga ter percebido que não há qualquer verdade nos sonhos, pois o seu amigo, ao contrário do que há muito sonhou, não veio nem vem. Ou seja, como conclui na finda, face à realidade, os sonhos são irrelevantes.
Não deixa de ser notável este ceticismo face aos sonhos, numa época em que eles desempenhavam por vezes um papel importante na vida pessoal ou mesmo política (sendo objeto de complexas interpretações por parte de adivinhadores ou curiosos, como se vê, aliás, em grande parte das novelas de cavalaria).