O caparom de marvi

General Note

A extensa rubrica que acompanha a cantiga explica o contexto que a viu nascer: um vilão feito recentemente cavaleiro. A sátira congrega múltiplos aspetos, mas põe o acento nos seus trajes, luxuosos mas ridículos (uma grande capa com capuz de peles e enfeites), com que procura encobrir a calvície. Para além do seu ritmo muito vivo, a cantiga joga com um espirituoso equívoco, no seu refrão, com a palavra calvo.
Indiretamente, a cantiga é também uma farpa ao bispo de Viseu, D. Miguel Vivas (aludido na rubrica como protetor do novel cavaleiro), alvo de repetidas críticas por parte desta última geração de trovadores, na sua qualidade de privado de D. Afonso IV.