Ordem religioso-militar fundada em Jerusalém após a primeira cruzada. A sua fundação remonta à instituição de um hospital para peregrinos em Jerusalém por volta de meados do século XI. Até meados do século XII, esta ordem dedicou-se essencialmente ao acolhimento e assistência a peregrinos, através da atividade que mantinha no seu hospital da cidade. Em 1113, o papa Pascoal II reconhece a ordem do Hospital, dando-lhe dimensão internacional. Sofrendo um processo de militarização a partir de meados do século XII, os Hospitalários permanecerão na Terra Santa até à queda de Acre em 1291. A partir daí, os Hospitalários continuarão a sua missão de combate ao Islão na bacia do Mediterrâneo a partir da sua sede em Rodes e, mais tarde em Malta. A Ordem tinha-se expandido entretanto pelo Ocidente medieval, acumulando património e legados na maioria dos reinos e principados cristãos da Europa feudal. É neste contexto que a ordem se vem fixar na Península Ibérica, sendo que uma das suas primeiras casas terá sido o Mosteiro de Leça, por doação da condessa D. Teresa, em 1128. Dedicada, numa primeira fase, às funções assistenciais, o empenho na chamada "reconquista" cristã terá começado por volta do último quartel do século XII. Em Portugal, a ordem receberá doação de terras na Beira Baixa e Alto Alentejo, ficando responsável pela defesa da linha do Tejo. Mas em toda a Península a Ordem não deixou de se tornar num dos elementos mais importantes do xadrez político, devido ao seu poder económico e militar.
Ordem do Hospital de S. João de Jerusalém
Descrição / Notas
Ordem religioso-militar fundada em Jerusalém após a primeira cruzada. A sua fundação remonta à instituição de um hospital para peregrinos em Jerusalém por volta de meados do século XI. Até meados do século XII, esta ordem dedicou-se essencialmente ao acolhimento e assistência a peregrinos, através da atividade que mantinha no seu hospital da cidade1. Em 1113, o papa Pascoal II reconhece a ordem do Hospital, dando-lhe dimensão internacional. Sofrendo um processo de militarização a partir de meados do século XII, os Hospitalários permanecerão na Terra Santa até à queda de Acre em 1291. A partir daí, os Hospitalários continuarão a sua missão de combate ao Islão na bacia do Mediterrâneo a partir da sua sede em Rodes e, mais tarde em Malta2. A Ordem tinha-se expandido entretanto pelo Ocidente medieval, acumulando património e legados na maioria dos reinos e principados cristãos da Europa feudal3. É neste contexto que a ordem se vem fixar na Península Ibérica, sendo que uma das suas primeiras casas terá sido o Mosteiro de Leça, por doação da condessa D. Teresa, em 11284. Dedicada, numa primeira fase, às funções assistenciais, o empenho na chamada "reconquista" cristã terá começado por volta do último quartel do século XII. Em Portugal, a ordem receberá doação de terras na Beira Baixa e Alto Alentejo, ficando responsável pela defesa da linha do Tejo. Mas em toda a Península a Ordem não deixou de se tornar num dos elementos mais importantes do xadrez político, devido ao seu poder económico e militar.
1
Riley-Smith, Jonathan
(1967),
The Knights of Saint John in Jerusalem and Cyprus, c. 1050-1310,
Londres, Macmillan
2
Luttrell, Anthony
(1978),
The Hospitallers in Cyprus, Rhodes, Greece and the West, 1291-1440,
Londres, Variorum
3
Sarnowsky, Jürgen
(2009),
"Hôpital, ordre de l'" in Philippe Josserand; Nicole Beriou (dirs.) - Prier et Combattre. Dictionnaire européen des ordres militaires au Moyen Âge,
Paris, Fayard
4
Oliveira, Luís Filipe
(2006),
"Ordem do Hospital" in Bernardo Vasconcelos e Sousa et. al. (org.), Ordens Religiosas em Portugal. Das Origens a Trento. Guia Histórico,
Lisboa, Horizonte