Nota geral
Cantiga de amigo onde a voz feminina (da formosinha) só se ouve no refrão, o corpo das estrofes incidindo da descrição repetida da jovem enamorada, atormentada de amores e chorando. O que ela diz no refrão é, no entanto, muito significativo: dirigindo-se ao amor, ela pede-lhe uma espécie de tréguas temporárias (deixai-me hoje folgar sob os ramos), dispondo-se a ir com ele, em seguida, procurar o seu amigo.Como em todas as restantes cantigas de João Zorro que nos chegaram, esta é uma composição onde, com notável mestria, se conjugam as formas mais simples e popularizantes da cantiga de amigo com a subtileza de traços e evocações, mais sugeridas do que explícitas.