Nota geral
Integrada no
ciclo de cantigas que tem como cenário Lisboa, a voz feminina canta agora a
ribeira (margem) do rio, seguramente o Tejo, onde vê o navio a remos que leva o seu amigo. O prazer que ela sente com a contemplação da cena (
e sabor hei), parecendo, à primeira vista, estar em desacordo com esta partida, explica-se textualmente nos dois últimos dísticos, quando ela diz que o seu amigo a quer levar consigo. Mas o refrão é suficientemente genérico para podermos igualmente entender que é a própria beleza do estuário do Tejo que esta voz feminina (e, através dela, João Zorro) exalta também aqui.