Nostro Senhor! como jaço coitado

Nota geral

Em poder do Amor, que lhe tirou a razão, o trovador sofre; mas sofre sobretudo porque está longe da sua senhora e não lhe ousa confessar o seu amor. Se pudesse esquecer a imagem da sua beleza, poderia curar-se e sentir de novo algum prazer. Mas tudo o que sente é desejo e cuidado, longe dela e à beira da morte.
Na última estrofe, ele argumenta, no entanto, que é justo que se sinta assim: foi insensato e falou-lhe; mas sentindo que as suas palavras não eram bem recebidas, o medo levou-o a fugir então para longe. E agiu novamente de forma insensata, já que jamais ela diria qualquer coisa desagradável, a ele ou a qualquer outro (o que é uma das leituras possíveis para os versos finais, algo ambíguos, como explicamos melhor na respetiva nota).