Bispo, senhor, eu dou a Deus bom grado

Nota geral

Cantiga satírica contra D. Miguel Vivas, bispo de Viseu e grande privado de Afonso IV, repetidamente satirizado por esta última geração de trovadores. Aparentemente, e lendo cada estrofe isoladamente, Estêvão da Guarda parece aqui felicitá-lo pela sua nomeação para o cargo. De facto, a cantiga joga com os dois sentidos da palavra privado (substantivo e particípio passado): se lermos as estrofes encadeadas até à finda, é o segundo sentido (privado de) que sobressai. Como acontece com outros equívocos deste género, que funcionariam sobretudo no registo oral, a pontuação proposta é meramente indicativa das pausas possíveis. A cantiga deve ter sido composta entre os anos 1330-1335, datas da nomeação e da morte do bispo de Viseu.
Recursos Ateuda
Ateúda atá finda