Nota geral
A cantiga dirige-se ao trovador Airas Peres de Vuitorom, o qual, segundo nos diz João Soares Coelho, tinha sido elevado à categoria de juiz em questões da arte de trovar (supomos que no jocoso círculo de Afonso X). João Soares Coelho, discordando de tal facto, convida-o ironicamente a julgar os numerosos cantares que lhe tinha feito - subentende-se que satíricos (mas dos quais só este nos chegou). Note-se que Vuitorom dirige uma cantiga a João Soares, que não sabemos se é anterior ou posterior a esta, e onde, de facto, se intitula juiz do trovar.Na última estrofe da cantiga há ainda alusões a uma qualquer questão de usurpação de comendas, cujos contornos exatos nos escapam, mas que se deverá integrar no contexto dos conflitos relacionados com a deposição de D. Sancho II.
Recursos Dobre
(vv. 4 e 7 de cada estrofe)<br><i><i>eu</i> (I), <i>que vos (eu) fiz</i> (II), <i>força(s) de rei</i> (III)