Nota geral
Cantiga bastante obscena contra um clérigo, D. Domingo Caorinha, cuja impotência o impediria de satisfazer a sua amiga Marinha (certamente uma soldadeira). Pelo que percebemos ainda, a cantiga teria tido como motivo próximo qualquer altercação sobre a arte de trovar, como parece depreender-se do refrão.A composição, de ritmo irregular e muito vivo, está, no entanto, em muito mau estado no único manuscrito que no-la transmitiu (V), e a terceira estrofe exigirá mesmo de qualquer editor uma boa dose de imaginação. Acrescente-se ainda que, pela irregularidade métrica das suas estrofes, ela poderá talvez ser um dos raros descordos do cancioneiro satírico (embora seja igualmente difícil termos qualquer certeza a este respeito).