Nota geral
A tomarmos à letra esta cantiga e uma outra que a continua, Rui Pais de Ribela denunciaria aqui um comendador (certamente de uma Ordem militar) que, na sua ausência, teria tido um excesso de "zelo" para com a sua própria mulher. Esta leitura autobiográfica parece, no entanto, demasiado estranha para ser credível, dado até o tom ligeiro das duas composições. Embora as cantigas não venham acompanhadas de nenhuma rubrica explicativa, o mais plausível é, pois, entendermos que o trovador não fala em nome próprio, mas dá aqui voz a um outro, num processo satírico de maldizer aposto, de que há exemplos vários nos cancioneiros.Note-se ainda o jogo que a cantiga faz com os termos comendador, comendar e encomendar.