Como a composição que imediatamente a precede nos manuscritos, em B esta cantiga é atribuída claramente a Martim Soares. A transcrição que A faz destas duas composições, parece, no entanto, contrariar esta atribuição, já que, embora seguindo também imediatamente as restantes cantigas deste trovador, o folio em que ambas surgem é encimado por uma iluminura, o que em A significa invariavelmente mudança de autor. Quem seria, pois, esse outro autor? Não sendo fácil responder a esta questão, o problema complica-se ainda pelo facto de a outra composição em causa (A 62), claramente heterodoxa no que toca às normas da cantiga de amor, fazer referência a factos e personagens efetivamente aludidos por Martim Soares numa conhecida composição satírica, factos esses que envolvem o rapto de D. Elvira da Maia pelo infanção e trovador Rui Gomes de Briteiros. A hipótese de ser Rui Gomes de Briteiros, o raptor, o autor destas duas cantigas que A isola, hipótese adoptada por alguns editores, podendo ser considerada, parece, por sua vez, ser pouco condicente com o tom jocoso da primeira destas cantigas, tom esse que parece acordar-se bem melhor com a clara atribuição a Martim Soares, feita por B.
Assim, e atendendo a este complicado puzzle, optámos por manter a dúvida quanto à sua autoria, cingindo-nos à indicação exata dos dois cancioneiros.
Anónimo 1
ou
Martim Soares
Assim, e atendendo a este complicado puzzle, optámos por manter a dúvida quanto à sua autoria, cingindo-nos à indicação exata dos dois cancioneiros.