Par Deus, infançom, queredes perder

Nota geral

Sátira plena de ironia a um infanção pelintra. A cantiga parte de um dos vários decretos com os quais os reis da Península procuraram (em vão) limitar o luxo - as chamadas leis sumptuárias -, estabelecendo regras para a alimentação e os trajes. O infanção teria, pois, infringido o decreto real - no caso, no entanto, não por excesso, mas por defeito.
É difícil sabermos exatamente a que "decreto" se refere João de Guilhade nesta composição, mas é possível que o contexto seja a corte castelhana de Afonso X, já que este monarca tomou medidas legislativas semelhantes em várias ocasiões, nomeadamente logo no início do seu reinado, nas cortes de Sevilha de 12521.
Referências
1 González Jiménez, Manuel (1999), Alfonso X, Burgos, Editorial La Olmeda, 2ª Ed.