Nota geral
Cantiga de cariz escatológico dirigida a um estranho Nenguem-mim (se a leitura deste termo nos manuscritos está correta) - e que será talvez uma alcunha, como sugere Lapa - personagem que o trovador se gaba de ter curado de uma grave doença. Pelo que se depreende, talvez essa grave doença não fosse mais do que uma enorme bebedeira, que uma boa cama e o alívio dos gases intestinais teriam bastado para curar - a cura reconhecendo-se pelo desejo do "doente" de voltar a beber. É pelo menos essa a interpretação de Rodrigues Lapa1, e que parece plausível. A não ser que a cantiga fosse decididamente equívoca e D. Fernão Garcia aludisse a uma qualquer crise pessoal e passageira de impotência, entendimento que talvez seja igualmente possível.Referências
1
Lapa, Manuel Rodrigues
(1970),
Cantigas d'Escarnho e de Maldizer dos Cancioneiros Medievais Galego-Portugueses, 2ª Edição,
Vigo, Editorial Galaxia