Nunca Deus quis nulha cousa gram bem

Nota geral

Como vários outros trovadores dos cancioneiros, Pero Garcia Burgalês dirige aqui uma forte invetiva contra Deus, a quem acusa de ser responsável pela morte da mulher amada. Por isso, diz, já não pode mais acreditar n'Ele, nem em nada do que a história sagrada conta sobre os seus sofrimentos, pois, se tivesse amado ou sofrido, decerto que teria tido piedade dele.
A composição faz parte de um ciclo, que inclui mais três outras cantigas, que Pero Garcia compôs sobre este tema, duas delas relativamente próximas do registo da cantiga de amor, mas uma outra já próxima deste registo satírico ou blasfemo.
Recursos Palavras Perduda
v. 1 de cada estrofe
Recursos Palavras Rima
Imperf.: <i>creer</i> (v. 6, em II e III),<i> fazer</i> (v. 2 das findas)