Nota geral
O trovador começa por dizer que, ao ver pela primeira vez a sua senhora, nunca pensou que dela lhe pudesse vir qualquer mal, pois o que nela viu foi beleza, uma falar suave, formoso e acertado, honra e sensatez. Qualidades que o protegeriam, pensava, mas que agora de nada lhe valem (como Deus não lhe vale), já que vive em tal sofrimento que só deseja morrer. Se essa ideia o alegra, igualmente se alegra por ninguém saber quem é a senhora, cuja identidade nunca revelará. Na 3ª estrofe, o trovador retoma o seu elogio, mas dizendo apenas que, embora não fale em mais nada, nunca poderá louvar cabalmente as suas (infinitas) qualidades, que resume dizendo que Deus a fez como a melhor coisa que soube fazer no mundo, e que, ao lado dela, todas as outras nada são nem nada jamais serão.Na 1ª finda, ele descarta qualquer responsabilidade da mesma senhora no seu sofrimento, já que ela desconhece totalmente a situação. Os verdadeiros culpadas, acrescenta na 2ª finda, são quem permitiu que ele a visse: a sua (má) sorte, os seus olhos e Deus.