Nota geral
Jocoso retrato de um caçador de má fortuna, um D. Gil impossível de identificar.A cantiga oferece grandes dificuldades de leitura, como, em geral, as restantes nove cantigas satíricas de Afonso X que se seguem no Cancioneiro da Biblioteca Nacional, único manuscrito que no-las transmite. De facto, este grupo de composições surge neste manuscrito como uma espécie de sub-conjunto relativamente autónomo (já que separado das restantes cantigas satíricas de Afonso X por algumas cantigas de amor e de louvor à Virgem) e sob o nome de "El rei D. Afonso de Leon" (enquanto as seguintes têm nova rubrica atributiva, onde se lê el Rei D. Afonso de Castela e de Leon). Desconhecemos as razões para este facto. A sugestão, avançada por Carolina Michaelis1 e em seguida por Rodriges Lapa2, de poderem as primeiras ser eventualmente obras de juventude do rei não parece justificar-se, dado que a temática de algumas delas indica claramente terem sido compostas já depois da sua subida ao trono (que era já de resto, desde o reinado anterior de Fernando III, o trono de Castela e Leão).
Referências
1
Vasconcelos, Carolina Michaëlis de
(1990),
Cancioneiro da Ajuda, vol. II,
Lisboa, Imprensa nacional - Casa da Moeda (reimpressão da edição de Halle, 1904)
2
Lapa, Manuel Rodrigues
(1970),
Cantigas d'Escarnho e de Maldizer dos Cancioneiros Medievais Galego-Portugueses, 2ª Edição,
Vigo, Editorial Galaxia