Nota geral
O mesmo D. Mendo da cantiga que precede esta no manuscrito, estigmatizado aqui a partir do que seria certamente um provérbio ("quem leva o baio, não deixa a sela"), cujo sentido exato é, no entanto, algo obscuro. A explicação adiantada, com reservas, por Lapa1 (que crê tratar-se de um dos cavaleiros renitentes em servir o rei nas campanhas da Andaluzia), poderá ser uma possibilidade de interpretação deste provérbio: quem levou o cavalo, ou seja, o pagamento, não pode deixar de servir. A menos que o contexto seja o de exigências repetidas, como parece depreender-se da cantiga anterior, e o sentido seja: quem leva (ou rouba) a parte principal, não deixa os acessórios, ou seja, "o que quereis sei eu bem".Referências
1
Lapa, Manuel Rodrigues
(1970),
Cantigas d'Escarnho e de Maldizer dos Cancioneiros Medievais Galego-Portugueses, 2ª Edição,
Vigo, Editorial Galaxia