Ũa donzela quis eu mui gram bem

Nota geral

Subtil cantiga, que entendemos como de escárnio, dirigida a uma donzela que teria deixado de o ser. Toda a composição joga com a oposição donzela/dona e uma leitura atenta faz perceber que elas são, na realidade, uma mesma pessoa.
José Carlos Miranda, que dedicou um artigo específico a esta cantiga1, faz dela, no entanto, uma leitura bastante diferente (e que poderá ser consultada no link disponibilizado em nota). De qualquer forma, o facto de esta composição não aparecer no Cancioneiro da Ajuda (que inicia a obra do trovador apenas com a cantiga que B transcreve a seguir) parece confirmar a nossa interpretação de que não estamos perante uma cantiga de amor.
Referências
1 Miranda, José Carlos (2011), "Somesso, a Dona e a Donzela - A Segunda Geração de Trovadores Galego-portugueses e a Linguagem do Amor", in Guarecer on-line, Aceder à página Web