Nota geral
O trovador não ousa falar com a sua senhora. Mas, se ousasse, pedir-lhe-ia uma conjunto de coisas que explica ao longo da cantiga. Em primeiro lugar, pedir-lhe-ia que lhe permitisse viver perto dela, e que tentasse esconder o desagrado que esse proximidade eventualmente lhe causasse; pedir-lhe-ia também que cuidasse dele e se lembrasse do seu sofrimento - o que ela nunca fez, nem Deus, que, ao permitir que ele se apaixonasse, lhe fez perder irremediavelmente a razão. De resto, se ela lhe pedisse para não partir e para ficar sempre perto dela (o que nunca pediu), Deus deveria igualmente perdoar-lhe as dores que lhe faz sofrer - ou mesmo perdoar-lhe qualquer outra coisa que ela Lhe pedisse. O trovador está seguro que Deus a perdoaria, se ela lhe quisesse perdoar a ele, não algo errado que tenha feito, mas o simples facto de sempre pensar nela. E se porventura alguém a tentasse convencer que isto (pensar nela) é muito errado, ela deveria perguntar a essa pessoa se há no mundo alguém que não pense.Recursos Dobre
Mozdobre imperf. (vv. 1 e 2 de cada estrofe, exceto em I);<br><i>pensasse/ pensar</i> (II), <i>mandasse/ mandar</i> (III), <i>perdõasse/ perdõar</i> (IV); (em I, vv. 2 e 3) <i>rogar/ rogar-lhe-ia</i>