Pero Rodrigues de Palmeira

Trovador medieval
Nacionalidade
Portuguesa

Notas biográficas

Trovador português da fase inicial do movimento trovadoresco, cuja obra se perdeu. Na verdade, embora o seu nome conste no índice de Colocci como autor de duas cantigas de amor, nenhuma delas comparece nos manuscritos, uma vez que estariam no folios de um caderno inicial do Cancioneiro da Biblioteca Nacional, hoje perdidos.
A linhagem dos Palmeira (que deve o seu nome a uma localidade a norte de Braga), provindo de antepassados galegos, mas que se fixaram em Portugal em inícios do século XII, ocupou um lugar de relevo nas cortes portuguesas ao longo desse século. Embora no século XIII tal situação pareça não ocorrer, o certo é que um ramo desta linhagem, que adota o apelido Pereira, irá novamente desempenhar um papel central a partir de meados do século XIV (a partir do célebre Prior do Crato, Álvaro Gonçalves Pereira, pai de D. Nuno Álvares Pereira). Estes dados são pertinentes no momento de traçar a biografia do trovador, já que os Livros de Linhagens referem dois homónimos, Pero Rodrigues de Palmeira e Pero Rodrigues de Pereira. Se não se trata da mesma personagem, o que é possível, o trovador deverá ser o primeiro, não só por razões documentais, adiante indicadas, mas também pela elucidativa referência que os Nobiliários acrescentam ao seu nome: o que morreu de amor (e que talvez seja apenas, como sugere José Carlos Miranda1, uma marca da estranheza que provocaria nos contemporâneos o canto de amor trovadoresco).
Quanto à biografia de Pero Rodrigues de Palmeira, sabemos que era filho de Rui Nunes das Astúrias (que veio para Portugal com o conde D. Henrique) e de Elvira Gonçalves de Palmeira, e que deverá ter nascido por volta de 1160. Irmão de D. Martinho Rodrigues, bispo do Porto (1191-1235), Pero Rodrigues é já adulto nos anos finais do reinado de D. Afonso Henriques, estando documentado como tenente de Trancoso e Viseu entre 1180 e 1183. É possível que tenha saído posteriormente de Portugal, já que não há vestígios da sua presença em território português nos anos seguintes. Mas se foi assim, regressou novamente, já que o último documento dele conhecido, feito perante o bispo de Braga e relacionado com o mosteiro de Landim, está datado de 1225. Desconhecemos a data da sua morte, mas é possível que tenha ocorrido pouco depois.

Referências bibliográficas

1 Miranda, José Carlos (2004), Aurs mezclatz ab argen. Sobre a primeira geração de trovadores galego-portugueses, Porto, Edições Guarecer