Ai Santiago, padrom sabido

General Note

Dirigindo-se a S. Tiago (no corpo das estrofes), a donzela pede-lhe que lhe traga o seu amigo de volta. Mas pressente, como diz à sua mãe (no refrão), que os navios com as flores do seu estandarte vogam já pelo mar, e imagina ao longe as altas torres de Jaén (o palco dos combates da reconquista, onde ele andou).
Se este é o resumo possível, esta pequena mas notável cantiga de Paio Gomes Charinho constrói um ambiente poético, onde o mar, o amor e a guerra, mas também o santo padroeiro dos exércitos de Leão e Castela (o Santiago "mata-mouros") e a flores de lis do seu próprio brasão se conjugam num todo original e rico de sentidos.
Depois da celebração da partida, esta é, pois, a cantiga que celebra o feliz regresso, talvez às suas terras galegas mas decerto à sua amada, do almirante do mar.