General Note
Esta é a "bailia das avelaneiras", uma das mais célebres cantigas de amigo que os Cancioneiros nos transmitiram. Neste breve comentário chamamos a atenção para o facto de as avelaneiras serem árvores associadas, em muitas culturas antigas, a ritos nupciais (ou seja, com um valor simbólico semelhante ao das flores de laranjeira atuais). Chamamos igualmente a atenção do leitor para a (maliciosa) expressão mentr'al nom fazemos (v. 13).Nos Cancioneiros encontramos uma outra versão desta cantiga (mas sem a terceira estrofe), da autoria de João Zorro, Bailemos agora, por Deus, ai velidas. Podendo qualquer dos autores ter retomado a cantiga do outro, parece mais provável que tenha sido Airas Nunes a retomar uma anterior composição de Zorro, até pelo evidente gosto que o trovador mostra por este processo, visível em diversas outras cantigas suas. Mas também é possível, como sugeriu Rodrigues Lapa1, que ambos tivessem partido de uma composição tradicional.
Bibliographic references
1
Lapa, Manuel Rodrigues
(1964),
Recensão a Tavani (Giuseppe), Le poesie di Ayras Nunez, in Boletim de Filologia, Tomo XXII,
Lisboa, Centro de Estudos Filológicos
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