Bailemos agora, por Deus, ai velidas

General Note

Esta é a "bailia das avelaneiras", uma das mais célebres cantigas de amigo que os Cancioneiros nos transmitiram. Neste breve comentário chamamos apenas a atenção para o facto de as avelaneiras serem árvores associadas, em muitas culturas antigas, a ritos nupciais (ou seja, com um valor simbólico semelhante ao das flores de laranjeira atuais).
Os Cancioneiros transmitiram-nos uma outra versão desta cantiga (com uma terceira estrofe), da autoria de Airas Nunes. Podendo qualquer dos autores ter retomado a cantiga do outro, parece mais provável que tenha sido Airas Nunes a retomar a anterior composição de Zorro, até pelo evidente gosto que o trovador mostra por este processo, visível em diversas outras cantigas suas. Mas também é possível, no entanto, como sugeriu Rodrigues Lapa1, que ambos tivessem partido de uma composição tradicional.
Bibliographic references
1 Lapa, Manuel Rodrigues (1964), Recensão a Tavani (Giuseppe), Le poesie di Ayras Nunez, in Boletim de Filologia, Tomo XXII, Lisboa, Centro de Estudos Filológicos Access the web page