Anónimo - cantigas espúrias - All cantigas

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Cancioneiros

B 244

Descrição

  • Amor
  • Refrão
Senhor genta,
mi tormenta
voss'amor em guisa tal,
que tormenta
5
que eu senta
outra nom m'é bem nem mal
- mais la vossa m'é mortal!
Leonoreta,
fin roseta,
10
bela sobre toda fror,
fin roseta,
nom me meta
em tal coi[ta] voss'amor!

Das que vejo
15
nom desejo
outra senhor se vós nom,
e desejo
tam sobejo
mataria um leom
20
- senhor do meu coraçom!
Leonoreta,
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta,
25
nom me meta
em tal coi[ta] voss'amor!

Mia ventura
em loucura
me meteu de vos amar:
30
é loucura
que me dura,
que me nom posso en quitar
- ai fremosura sem par!
Leonoreta,
35
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta,
nom me meta
em tal coi[ta] voss'amor!
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Cancioneiros

V 668

Descrição

  • Espúria
Dona e senhora de grande valia
nom sei se cuidades que tenho cuidado
de vo[s] respeitar; mas bem juraria
que nom tenho outro tam aficado,
5
nem maior de mim nom tem home nado.
Esto, senhora, podereis saber,
se Deus quiser que possade[s] haver
mais compridamente meu certo recado.

Mas eu vos peço, mui gentil senhora,
10
que nojo e tresteza e enfadamento
de tod'o ponto vós botees de fora;
e tod'o cuidado, que a gram tromento
vos fora trager, em esquecemento
vós po[n]de, senhora, e sei que fareis
15
vosso gram proveito, e a mim fareis
que eu ouça nova[s] d'u seja contento.

Fazei, senhora, que quantos vos virem
conheçam de trás a gram fremosura
que Deus a vós deu [e], se nom mentirem,
20
que falem do siso [e] grande cordura
com tod'a graça, viço e mesura
que em vós [s']assua[m], mui compridamente;
sobre quantas ora vivem de presente
esto é [já] certo, sem fazer mais jura.

25
Mui boa senhora, se m'esto atura
[a] vossa vontade, em Deus esperando,
vós havereis, sem muito tardando,
prazer em vida, seede bem segura.
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Cancioneiros

Descrição

  • Espúria
Senhora, por amor [de] Dios
aved'algun duelo de mi
que los mios ojos, como rios
corren, del dia que vos vi.
5
Ermanos e primos e tios,
todolos yo por vós perdi;
Se vós non pensades de mi,
fi[……………………]
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Cancioneiros

B 605, V 208

Descrição

  • Espúria
Pero muito amo, muito nom desejo
haver da que amo e quero gram bem,
porque eu conheço mui certo e vejo
que de haver muito a mim nom me vem
5
atam grande folgança que maior nom seja
o seu dano dela; quem tal bem deseja
o bem de sa dama em mui pouco tem.

Mais o que nom é e seer poderia
- se fosse assi que a ela viesse
10
bem do meu bem - eu desejaria
haver o maior que haver podesse:
ca, pois a nós ambos i viinha proveito,
tal bem desejando, faria dereito,
e sandeu seria quem o nom fezesse.

15
E quem doutra guisa tal bem [desejar]
nom é namorado mais é [um burl]om
que sempre trabalha por cedo cobrar,
da que nom serviu, o moor galardom;
e de tal amor amo mais de cento,
20
e nom amo ũa de que me contento
de seer servidor de bom coraçom.

Que pois me eu chamo e sou servidor,
gram treiçom seria se minha senhor
por meu bem houvesse mal ou sem-razom.

25
E quantos bem amam assi o diram.
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Cancioneiros

V 404

Descrição

  • Espúria
Nojo tom'e quer prazer
já nom posso mais fazer.

Cobrar nom posso, amiga,
se nom nojo que me siga;
5
ainda que al nom diga,
logo m[e] há d'esquecer.
Nojo tom'e quer prazer.

E por fazer tal partida,
nom me será esquecida;
10
ainda que al nom diga
[logo m[e] há d'esquecer
Nojo tom'e quer prazer]
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Cancioneiros

Descrição

  • Espúria
Per um soilo prazer,
pesares vi já mais de mil
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Cancioneiros

V 768

Descrição

  • Espúria
Assaz é desassisado
o que cuida que tem dama
que nenhum outro nom ama,
nem tem já dali cuidado
5
açalmado.

II (?)

Se me deras galardom,
Amor, de quanto servi,
mais dissera [eu] de ti
10
do que dizem de Sansom,
com razom.
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Cancioneiros

B 1164, V 769

Descrição

  • Espúria
Quem de mi saber quiser
que desejo é o meu:
servir quem me tem por seu
o milhor que eu puder.

5
Este é o meu desejo
e será sem falecer:
servir quem conheço e vejo
que me tem em seu poder.
E pero nom tem que ter
10
de me bem fazer vontade,
mais val seu mal, em verdade,
que o bem que m'outra der.
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Cancioneiros

V 770

Descrição

  • Espúria
Ũa donzela sei eu
que emprestou a 'lguém do seu.

Uma festa se fazia
em que ela foi prese[n]te;
5
e des que se foi a gente
e lume nom i ardia,
ũa tal rezom dezia
a um negr'amigo seu:
"Beija-m'i, beijar-t'ei eu".
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