- Quem ama Deus, Lourenç', am'a verdade

Nota geral

Atacado por João Soares Coelho, mais uma vez o jogral Lourenço vem à praça defender as suas qualidades artísticas, aqui apanhado numa espécie de fogo cruzado entre D. João Soares e João Garcia de Guilhade. Tudo por causa de uma sua anterior tenção, que João Soares acha mal feita e cuja autoria atribui por isso, não ao jogral, mas ao seu amo Guilhade. Diga-se que não é impossível que João Soares aluda aqui a uma tenção entre Guilhade e Lourenço, onde este último parece fazer, de facto, alguns dos erros apontados (eventualmente de forma propositada).
A questão, cujo caráter jocoso parece certo, prolonga-se, alias, na resposta que João de Guilhade dá a estas acusações de João Soares, ainda através da pessoa de Lourenço, numa outra cantiga que dirige ao jogral.
Note-se que esta tenção não termina com as habituais findas, pelo que é possível que esteja incompleta.