Morr'o meu amigo d'amor

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Song for a Dying Admirer
  • My friend is dying of love
  • for me, but I don't believe it,
  • and so he says he'll come
  • and die right at my feet,
  • and I would really like to see
  • whether or not he dies for me.
  • He sent a message imploring
  • me to be so kind
  • as to let him die right here
  • and to watch him while he dies.
  • and I would really like to see
  • whether or not he dies for me.
  • Women, don't ever believe
  • the suitor who would die,
  • for I have yet to see it,
  • although I wish he'd try.
  • Yes, I would really like to see
  • whether or not he dies for me.

[English version by Richard Zenith]

Nota geral

A donzela ironiza com as queixas de amor do seu amigo e a sua suposta morte próxima: pois que ele diz que quer vir para o pé dela morrer, então que venha, e terá todo o gosto em ver se ele morre ou não. E no final aconselha: as mulheres não devem acreditar em tais mortes, porque nunca viu nenhum homem morrer disso.
João Garcia de Guilhade retoma este mesmo tema numa outra cantiga de amigo onde, como aqui, a voz feminina ironicamente desconstrói aquilo que diz a voz masculina nas suas cantigas de amor (e, nessa cantiga, mesmo com citações textuais). Trata-se mais uma vez de um "teatro de vozes", através do qual João Garcia de Guilhade, com inegável inteligência e modernidade poéticas, interroga todo o universo lírico trovadoresco.