- Digades, filha, mia filha velida

Nota geral

Nos manuscritos, esta é a última cantiga do notável ciclo dos "cervos" de Pero Meogo. Em diálogo com a filha, a mãe pergunta-lhe por que demorou tanto na fonte; a moça alega então que os cervos do monte revolviam a água (subentende-se: teve de esperar até que ela ficasse de novo límpida); mas a mãe, fazendo-lhe ver que percebe que ela está a mentir, mostra-se muito cética com esta justificação, dizendo que nunca tal coisa tinha visto.
Claramente ligada às outras cantigas do ciclo (em particular, àquela que relata precisamente a ida à fonte), é de salientar aqui, sobretudo, o funcionamento do refrão, que devemos entender, pelo menos nas quatro primeiras estrofes, como correspondendo à voz interior da moça (ou seja, não se trata da resposta que ela dá à mãe, mas precisamente do que lhe pretende ocultar).