Trovador medieval
Nacionalidade
Portuguesa
Notas biográficas
Trovador português, ativo nas décadas finais do século XIII. Terceiro filho do deão da família, o também trovador Rui Gomes de Briteiros e de Elvira Anes da Maia, Mem Rodrigues está documentado pela primeira vez na corte portuguesa por volta de 1252, já após a morte de seu pai1. Mas herda deste o estatuto de rico-homem, concedido por D. Afonso III a Rui Gomes de Briteiros, e o seu percurso comprova a ascensão de facto da linhagem do Briteiros, representantes maiores da nova aristocracia ascendente na corte do Bolonhês depois da guerra civil que o levou ao poder.Presente na documentação portuguesa entre 1252 e 1304, Mem Rodrigues não acumula cargos palatinos, mas foi tenente de Lanhoso (1257), da Maia (1256-1287), corretor do reino (1273) e tenente do lugar de Mordomo (1297). A sua presença na corte portuguesa é, no entanto, intermitente, sendo interrompida várias vezes, por períodos de cerca de três ou quatro anos, em favor de deslocações a Castela entre as décadas de 1250 e 1290. É também ele um dos contestatários da sentença de D. Dinis relativa à herança do conde Gonçalo Garcia de Sousa (1288), situação que o leva a um novo afastamento da corte portuguesa, estando documentado na corte de Sancho IV de Castela entre 1291 e 1294. Regressa, porém, em 1295, à corte de D. Dinis, tendo aí permanecido até 1304, devendo a sua morte ter ocorrido pouco depois.
Casou, por volta de 1257, com Maria Anes da Veiga, casamento de que nasceram Martim Mendes e João Mendes de Briteiros, este último também trovador.
Referências bibliográficas
1
Ventura, Leontina e Oliveira, António Resende de
(2003),
"Os Briteiros (séculos XII-XIV) 4. Produção Trovadoresca", in Os Reinos Ibéricos na Idade Média. Livro de Homenagem ao Professor Doutor Humberto Carlos Baquero Moreno, coord. Luís Adão da Fonseca et al, vol. II,
Porto, Livraria Civilização