ca

Significado

pois, porque

Cantigas em que ocorre o termo

Amor, des que m'a vós cheguei
Anónimo

(Linha 28) mal, ca bem nunca m'ela fez;
Mui gram temp'há, par Deus, que eu nom vi
Anónimo

(Linha 4) gram dereit'é, ca eu o mereci.
Ledas sejamos hojemais!
Anónimo

(Linha 5) Ca est'escudo é do melhor
Pois mi nom val d'eu muit'amar
Airas Moniz de Asma

(Linha 16) ca a feito mi a nomeei!
- Mia senhor, vim-vos rogar
Airas Moniz de Asma

(Linha 41) ca eu, por tanto d'haver,
Se soubess'a mia senhor com'a mi plazeria
Diogo Moniz

(Linha 3) ca, pero me bem nom quer, amor me monstraria,
Mim prês forçadament'Amor
Osoiro Anes

(Linha 11) Ca nunca púdi haver sabor
Sazom é já de me partir
Osoiro Anes

(Linha 2) de mia senhor, ca já temp'hei
Eu, que nova senhor filhei
Osoiro Anes

(Linha 9) ca bõa dona vi eu já,
E por que me desamades
Osoiro Anes

(Linha 15) ca por vós me perderei!
Vós, mia senhor, que nom havedes cura
Osoiro Anes

(Linha 3) (ca nom quis Deus, nem vós, nem mia ventura,
Pois me fazedes, mia senhor
Múnio Fernandes de Mirapeixe

(Linha 10) ca nom há no mund'outra rem
Tu, que ora veens de Montemaior
Gil Sanches

(Linha 5) ca se eu seu mandado
Pois eu d'atal ventura, mia senhor
Rui Gomes, o Freire

(Linha 13) Ca se vos eu hoesse desamor,
Oimais nom sei eu, mia senhor
Rui Gomes, o Freire

(Linha 10) ca nom hei poder d'al fazer.
Quero-vos eu dizer, senhor
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 13) de vos veer, ca já eu sei
Ora tenh'eu que hei razom
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 11) Ca, mal-pecad'!, em tanto tem
Vedes, fremosa mia senhor
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 5) ca nom m'havedes a creer,
Ora faz a mim mia senhor
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 14) ca eu mi o mereci mui bem!
Par Deus, senhor, ora tenh'eu guisado
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 3) ca nom quer Deus, nem vós, nem meu pecado
O gram cuidad'e o afã sobejo
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 7) Por [e]sto – ca por al sofrê-lo-ia
Que cousiment'ora fez mia senhor
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 3) Ca já, entanto com'eu vivo for,
Des quando me mandastes, mia senhor
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 5) ca vos nom ouso mia coita mostrar,
O grand'amor que eu cuidei prender
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 10) mao pecado!, ca nom foi por al:
Já m'eu quisera leixar de trobar
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 11) ca nom quis Deus, nem el, nem mia senhor!
Senhor Deus, que coita que hei
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 4) erg'a mi, ca eu mi o busquei.
Muito per há já gram sazom
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 4) d'u ela é; ca des entom
Que mal matei os meus olhos e mim
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 15) ca assi faz quem erra sem razom,
Grave dia naceu, senhor
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 12) ca me nom quisestes catar
Grave dia naceu, senhor
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 22) Ca mui maior coita haverei,
Com vossa graça, mia senhor
Fernão Pais de Tamalhancos

(Linha 2) fremosa, ca me quer'eu ir
Nom sei dona que podesse
Fernão Pais de Tamalhancos

(Linha 22) Ca muito per i mais hei
Par Deus, senhor, já eu bem sei
Vasco Praga de Sandim

(Linha 27) ca, se vos rem fiz sem razom,
Por Deus, senhor, e ora que farei
Vasco Praga de Sandim

(Linha 6) Ca hoje perço por vós quanto bem
Se vos prouguesse, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 11) Ca bem creede que por al
Senhor, eu vos quer'ũa rem dizer
Vasco Praga de Sandim

(Linha 8) Ca, senhor, por quanto Deus quis fazer
Per bõa fé, meu coraçom
Vasco Praga de Sandim

(Linha 5) Ca cedo mi per fez saber
Por Deus, que vos fez, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 21) ca ũa cousa vos direi:
A Deus grad'hoje, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 3) Ca nunca eu vira prazer
A Deus grad'hoje, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 22) nom mi haverá mester; ca sei
Deu'lo sab'hoje, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 5) que de vós atenda, ca sei
Deus, meu Senhor, se vos prouguer
Vasco Praga de Sandim

(Linha 4) ca, mentr'eu tal poder houver
Senhor fremosa, grand'enveja hei
Vasco Praga de Sandim

(Linha 5) ca hei por vós eno meu coraçom
Senhor fremosa, par Deus, gram razom
Vasco Praga de Sandim

(Linha 4) doo de mim; ca, bem dê'la sazom
Senhor fremosa, par Deus, gram razom
Vasco Praga de Sandim

(Linha 10) ca, de pram, vos hei maior bem querer
Quem hoje maior coita tem
Vasco Praga de Sandim

(Linha 21) ca ainda vos mais direi:
Home que gram bem quer molher
Vasco Praga de Sandim

(Linha 3) ca se lh'ela nom quer prestar,
Como vós sodes, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 13) ca me vos nom quit'eu por en
Como vós sodes, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 18) ca nom prendo de vós melhor.
Vós que mi assi coitades, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 5) Ca vós por al nom o ides fazer.
Se Deus me valha, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 5) ca se sabor havedes i,
Que sem conselho que vós, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 5) ca me nom sei, senhor, sem vosso bem,
Que sem conselho que vós, mia senhor
Vasco Praga de Sandim

(Linha 19) ca, pois eu morrer, logo dirá 'lguém,
Tanto me senç'ora já coitado
Vasco Praga de Sandim

(Linha 4) ca esta coita, mao pecado!,
Ai eu coitad'! em que coita mortal
João Soares Somesso

(Linha 9) ca esta coita nom me dá lezer,
Quero-vos eu ora rogar
João Soares Somesso

(Linha 8) Ca nunca vos eu rogarei
De quant'eu sempre desejei
João Soares Somesso

(Linha 5) ca sempr'eu desejei mais d'al
Muitas vezes em meu cuidar
João Soares Somesso

(Linha 10) ca 'ssi me tem forçad'Amor
Agora m'hei eu a partir
João Soares Somesso

(Linha 27) ca nom poss'eu viver em paz
Muitos dizem que perderám
João Soares Somesso

(Linha 15) Ca se eles houvessem tal
Nom tenh'eu que coitados som
João Soares Somesso

(Linha 11) Ca por al bem tenh'eu que nom
Punhei eu muit'em me guardar
João Soares Somesso

(Linha 13) ca esta nunca dá lezer,
Já m'eu, senhor, houve sazom
João Soares Somesso

(Linha 23) ca nunca soubestes d'amor;
Senhor fremosa, fui buscar
João Soares Somesso

(Linha 19) poderedes, ca me nom sei
Com vossa coita, mia senhor
João Soares Somesso

(Linha 3) ca [a] tod'home avém assi,
Muito per dev'agradecer
João Soares Somesso

(Linha 15) Ca já toda, per nulha rem,
Desejand'eu vós, mia senhor
João Soares Somesso

(Linha 11) ca, des quand'eu morrer, bem sei
Ben'o faria, se nembrar
João Soares Somesso

(Linha 5) ca nunca lh'eu mal mereci,
Quem bõa dona gram bem quer
João Soares Somesso

(Linha 20) ca nom est hom'em seu poder,
Ora nom poss'eu já creer
João Soares Somesso

(Linha 12) ca por ela conhosc'eu bem
Ora nom poss'eu já creer
João Soares Somesso

(Linha 25) ca nom est antre nós igual
Quand'eu estou sem mia senhor
João Soares Somesso

(Linha 7) Ca hei pavor de lhi pesar,
Com vosso medo, mia senhor
João Soares Somesso

(Linha 15) Ca [vos] nunca Deus, mia senhor,
Se Deus me leixe bem haver
João Soares Somesso

(Linha 8) Ca nom poss'eu coita sofrer
Per com'Amor leixa viver
João Soares Somesso

(Linha 5) Ca tod'el faz come senhor;
Senhor, esta coita que hei
Nuno Anes Cerzeo

(Linha 6) ca eu já nom lho rogarei,
Tôdalas gentes mi a mi estranhas som
Nuno Anes Cerzeo

(Linha 18) por em vós cuidar, ca nom por outra rem.
Quer'eu agora já dizer
Nuno Anes Cerzeo

(Linha 24) ca mais nom ous'assi viver!
Senhor, todos m'entendem já
Nuno Anes Cerzeo

(Linha 5) ca dizem que eu mi o busquei
Agora me quer'eu já espedir
Nuno Anes Cerzeo

(Linha 7) Ca [a] meu grad', u m'eu daqui partir,
- Vi eu donas em celado
Pero Velho de Taveirós

(Linha 21) ca no falar e no riso
Pero nom fui a Ultramar
Martim Soares

(Linha 23) per u andou, ca lho oí
- Ai, Pai Soárez, venho-vos rogar
Martim Soares

(Linha 6) ca el nom sabe cantar nem dizer
Cuidava-m'eu, quando nom entendia
Paio Soares de Taveirós

(Linha 10) - ca nom cuidei que me de vós verria
Quantos aqui d'Espanha som
Paio Soares de Taveirós

(Linha 11) ca nom desejam al, nem ham
Meus olhos, quer-vos Deus fazer
Paio Soares de Taveirós

(Linha 7) Ca vos farám cedo veer
Senhor, os que me querem
Paio Soares de Taveirós

(Linha 10) ca vos sei mui gram bem querer,
Eu sõo tam muit'amador
Paio Soares de Taveirós

(Linha 17) a seu linhagem, ca nom quer
No mundo nom me sei parelh'
Paio Soares de Taveirós

(Linha 3) ca já moiro por vós e ai,
Qual senhor devia filhar
Martim Soares

(Linha 17) ca m'hei de tal don'a guardar,
Maravilho-m'eu, mia senhor
Martim Soares

(Linha 21) ca todo é em vosso prazer.
Nostro Senhor! como jaço coitado
Martim Soares

(Linha 24) ca entendi que foi tam sem seu grado,
Nunca bom grad'Amor haja de mi
Martim Soares

(Linha 10) ca muit'há que lh'eu morte mereci,
Já, mia senhor, nem um prazer
Martim Soares

(Linha 4) ca outro bem
Muitos me vêm preguntar
Martim Soares

(Linha 13) ca o nom pod'home saber
O que conselh'a mim de m'eu quitar
Martim Soares

(Linha 9) ca, se a vir ou lha mostrar alguém,
Em tal poder, fremosa mia senhor
Martim Soares

(Linha 5) ca se me vós, senhor, fezerdes bem,
Mal conselhado que fui, mia senhor
Martim Soares

(Linha 3) Ca nunca pudi gram coita perder,
De tal guisa me vem gram mal
Martim Soares

(Linha 12) ca eu nom devi'a perder
Meu senhor Deus, se vos prouguer
Martim Soares

(Linha 5) ca vós devedes a valer
Quantos entendem, mia senhor
Martim Soares

(Linha 15) Ca se vos virom, mia senhor,
Meu coraçom senhor atal
Martim Soares

(Linha 5) ca sempr'eu dela atendi
Por Deus vos rogo, mia senhor
Martim Soares

(Linha 19) ca log'eu coita perderei;
Por Deus, senhor, nom me desamparedes
Martim Soares

(Linha 17) ca nom posso'eu com el, mais poder-m'-edes
Tal hom'é coitado d'amor
Martim Soares

(Linha 15) Ca de tal coita sabedor
Pero que punh'em me guardar
Martim Soares

(Linha 8) Ca os meus olhos vam catar
Pois boas donas som desemparadas
Martim Soares

(Linha 13) ca me nom ham por en a desfiar
Quisera-m'ir - tal conselho prendi
Airas Carpancho

(Linha 11) a mia senhor, por que moiro: ca nom
Em que grave dia, senhor, [em] que me vos Deus fez veer!
Nuno Rodrigues de Candarei

(Linha 2) Ca nunca vos eu rem roguei que vós quiséssedes fazer.
Ir-vos queredes, mia senhor
Nuno Fernandes Torneol

(Linha 16) ca muito me será mester.
Par Deus, senhor, em gram coita serei
Nuno Fernandes Torneol

(Linha 14) de vos amar, ca, des quando vos vi,
Quando mi agora for e mi alongar
Nuno Fernandes Torneol

(Linha 9) Ca me mandades ir alhur viver!
Ai eu! e de mim que será?
Nuno Fernandes Torneol

(Linha 9) ca destas coitas qual xe quer
Ai mia senhor! U nom jaz al
Nuno Fernandes Torneol

(Linha 14) ca nom poss'eu mais endurar
Cuidava-m'eu que amigos havia
Pero Garcia Burgalês

(Linha 3) nom hei amigos, ca, pois tam coitado
Qual dona Deus fez melhor parecer
Pero Garcia Burgalês

(Linha 16) ca eu a outre nunca o direi,
Ai eu coitad'! e por que vi
Pero Garcia Burgalês

(Linha 3) Ca, Deus lo sabe, poila vi,
Se eu soubesse, u eu primeiro vi
Pero Garcia Burgalês

(Linha 22) Ca se a posso algũa vez veer,
Se eu soubesse, u eu primeiro vi
Pero Garcia Burgalês

(Linha 25) ca mi o faz ela tod'escaecer.
Que alongad'eu ando d'u iria
Pero Garcia Burgalês

(Linha 4) (que nom visse! ca por meu mal a vi!)
Moir'eu e praz-me, se Deus me perdom!
Pero Garcia Burgalês

(Linha 5) ca log'aquesta coita perderei!
Se Deus me valha, mia senhor
Pero Garcia Burgalês

(Linha 17) ca, se viver, sempr'haverei
Pola verdade que digo, senhor
Pero Garcia Burgalês

(Linha 12) ca perderia, pelo sem perder,
Nostro Senhor! e por que mi fezestes
Pero Garcia Burgalês

(Linha 6) por que moiro; ca nunca dona vi
Meus amigos, direi-vos que m'avém
Pero Garcia Burgalês

(Linha 10) Ca, se a vejo, tam gram sabor hei
Meus amigos, oimais quero dizer
Pero Garcia Burgalês

(Linha 4) ca nom hei já por que o recear;
Por mui coitado per tenh'eu
Pero Garcia Burgalês

(Linha 15) Ca Deu'la fez, por mal de mim,
Ai eu! que mal dia naci
Pero Garcia Burgalês

(Linha 27) ca esto me será melhor,
Par Deus, senhor, já eu nom hei poder
Pero Garcia Burgalês

(Linha 5) ca me fazedes já perder o sem
Mais de mil vezes cuid'eu eno dia
Pero Garcia Burgalês

(Linha 9) Ca, poila vejo, nom lhe digo nada
Se eu a Deus algum mal mereci
Pero Garcia Burgalês

(Linha 3) ca me fez mui bõa dona veer
Ai mia senhor e meu lum'e meu bem!
Pero Garcia Burgalês

(Linha 4) ca vos quero mui melhor doutra rem:
Ai eu coitado! e quand'acharei quem
Pero Garcia Burgalês

(Linha 9) ca tam fremosa dona nunca fez
Que muit'há já que a terra nom vi
Pero Garcia Burgalês

(Linha 11) meus amigos, ca, de pram, [n]a maior
Joana, dix'eu, Sancha e Maria
Pero Garcia Burgalês

(Linha 23) per bõa fé, ca vivo na maior
Ora vej'eu que fiz mui gram folia
Pero Garcia Burgalês

(Linha 5) ca por aquesto que eu dixe ali,
Que muitos [os] que mi andam preguntando
Pero Garcia Burgalês

(Linha 20) ca por dizer-lha, si Deus me perdom,
Ora vej'eu que xe pode fazer
Pero Garcia Burgalês

(Linha 13) ca nunca tam fremosa dona vi
Nom me poss'eu, mia senhor, defender
Pero Garcia Burgalês

(Linha 5) ca pois mi Amor ante vós quer matar,
Mentre nom soube por mim mia senhor
Pero Garcia Burgalês

(Linha 13) ca, meus amigos, des que a nom vi,
Já eu nom hei oimais por que temer
Pero Garcia Burgalês

(Linha 2) nulha rem Deus; ca bem sei eu d'El já
Nunca Deus quis nulha cousa gram bem
Pero Garcia Burgalês

(Linha 4) ca, se s'El del doesse, doer-s'-ia
Nunca Deus quis nulha cousa gram bem
Pero Garcia Burgalês

(Linha 14) ca do coitad'a doer-s'haveria.
Nom me queredes, mia senhor
João Nunes Camanês

(Linha 5) ca nom vi eu quem fezesse
Quand'eu mia senhor conhoci
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 22) de m'en partir; ca em outra rem
A que vos fui, senhor, dizer por mi
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 14) (ca vos nom disse verdad', e[u] o sei!)
Tod'home que Deus faz morar
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 8) Ca, pois u ela est' estar
Que grave cousa, senhor, d'endurar
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 12) quer'eu assi, ca assi m'é mester:
Senhor fremosa, convém-mi a rogar
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 3) a Deus, ca faz-me tanto mal Amor,
Senhor fremosa, quant'eu cofondi
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 19) ca, mia senhor, quem mui gram coita tem
Quam muit'eu am'ũa molher
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 5) ca, se o soubesse, sei eu
Meu Senhor Deus, venho-vos eu rogar
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 7) Ca estou eu hoj'a mui gram pavor
Des hojemais já sempr'eu rogarei
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 13) Ca enquant'eu cuidei ou entendi
Ora vej'eu o que nunca cuidava
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 9) ca me fez Deus por meu mal entender
Se soubess'ora mia senhor
João Lobeira

(Linha 9) ca, des que a vi, vi-lh'haver
Amigos, eu nom posso bem haver
João Lobeira

(Linha 7) Ca vi ela, de que m'assi avém,
- Venh'eu a vós, mia senhor, por saber
João Lobeira

(Linha 6) ca, se o bem dad'é por o servir,
Nostro Senhor Deus! e por que neguei
Rui Queimado

(Linha 5) Ca já eu tal temp'houv'e atendi
Deste mund'outro bem nom querria
Rui Queimado

(Linha 14) - ca sei que por meu mal lho diria.
Senhor, que Deus mui melhor parecer
Rui Queimado

(Linha 12) ca por vós moir', esto sabede bem;
Fiz meu cantar e loei mia senhor
Rui Queimado

(Linha 7) ca bem assi faz a mim mia senhor,
Agora viv'eu como querria
Rui Queimado

(Linha 6) Ca se nunca depois ar vi prazer,
Nostro Senhor! e ora que será
Rui Queimado

(Linha 6) Ca, de pram, nẽum conselho nom hei,
Nunca fiz cousa de que me tam bem
Rui Queimado

(Linha 5) ca, de pram, quanto no mundo durei,
De mia senhor direi-vos que mi avém:
Rui Queimado

(Linha 7) Ca lhe quero tam gram bem que perdi
Pois minha senhor me manda
Rui Queimado

(Linha 17) e meus olhos me querem matar
Muit'aguisad'hei de morrer
Vasco Gil

(Linha 6) ca lhe pesa de a amar.
Se vos eu ousasse, senhor
Vasco Gil

(Linha 18) por vós, ca m'hei de vós pavor;
Estes olhos meus hei mui gram razom
Vasco Gil

(Linha 4) ca depois nunca, si Deus me perdom!,
Muito punhei de vos negar
Vasco Gil

(Linha 13) Ca entend'i eu, por meu mal,
Nom soube que x'era pesar
Vasco Gil

(Linha 22) Ca me fez Deus coitas saber,
Punhar quer'ora de fazer
Vasco Gil

(Linha 4) ca lhes quero fazer veer
Nostro Senhor, que mi a mim faz amar
Anónimo

(Linha 11) ca esto me pode guardar
Em grave dia, senhor, que vos vi
João Soares Coelho

(Linha 10) Ca per vós perdi tod'est'e o sem
Em grave dia, senhor, que vos vi
João Soares Coelho

(Linha 17) ca nom sei se me vos ar veerei:
Meus amigos, que sabor haveria
João Soares Coelho

(Linha 13) Ca nom vivera rem do que vivi,
Ora nom sei no mundo que fazer
João Soares Coelho

(Linha 3) ca nom quis El, u me nom quis guardar,
Ora nom sei no mundo que fazer
João Soares Coelho

(Linha 5) Ca díx'eu ca morria por alguém,
Pelos meus olhos houv'eu muito mal
João Soares Coelho

(Linha 7) Ca por eles houv'eu mui pouco bem;
Nom me soub'eu dos meus olhos melhor
João Soares Coelho

(Linha 7) Ca me nom podiam, per nulha rem,
Nunca coitas de tantas guisas vi
João Soares Coelho

(Linha 5) Ca, senhor, moir'e vedes que mi avém:
Atal vej' eu aqui ama chamada
João Soares Coelho

(Linha 11) ca bem lhe quer'e posso bem jurar:
As graves coitas, a quen'as Deus dar
João Soares Coelho

(Linha 21) deste mundo, ca peor lhi faria!
Com'hoj'eu vivo no mundo coitado!
João Soares Coelho

(Linha 17) ca Deus la fez[o] qual melhor fazer
Desmentido m'há 'qui um trobador
João Soares Coelho

(Linha 7) Ca, de pram, a fez parecer melhor
Senhor e lume destes olhos meus
João Soares Coelho

(Linha 10) ca estou de vós como vos en direi:
Da mia senhor, que tam mal dia vi
João Soares Coelho

(Linha 3) ora daquesto, ca me nom convém:
Hom'a que Deus coita quis dar
Rodrigo Anes Redondo

(Linha 3) ca já, u sa senhor nom vir,
O que vos diz, senhor, que outra rem desejo
Rodrigo Anes Redondo

(Linha 3) mentira[l] quen'o diz; ca, u quer que eu sejo,
Pois [s']ora faz que eu viver aqui
Rodrigo Anes Redondo

(Linha 8) que som sem guisa! Ca sem guisa é
Que sem meu grado m'hoj'eu partirei
Anónimo 2

(Linha 16) u vos eu veja; ca bem sei de mi
Per mi sei eu o poder que Amor
Anónimo 2

(Linha 3) ca me faz el tam coitado viver
Dizem-mi as gentes por que nom trobei
Anónimo 2

(Linha 4) ca se bem soubessem o que eu sei,
Muitos vej'eu que se fazem de mi
Anónimo 2

(Linha 7) Ca sempre m'eu de tal guisa guardei
De mia senhor entend'eu ũa rem:
Rui Pais de Ribela

(Linha 5) Ca me nom quis nunca, nem quer creer,
Um dia que vi mia senhor
Rui Pais de Ribela

(Linha 9) ca, se lh'eu podesse falar,
Tanto fez Deus a mia senhor de bem
Rui Pais de Ribela

(Linha 19) ca me faz Deus tam bõa don'amar,
A guarir nom hei per rem
Rui Pais de Ribela

(Linha 3) quero, ca perço o sem:
A mia senhor, que me foi amostrar
João Lopes de Ulhoa

(Linha 5) ca me falou primeir', u a vi, bem;
Nostro Senhor, que me fez tanto mal
João Lopes de Ulhoa

(Linha 5) ca se eu fosse fiz de a veer,
Em que afã que hoje viv'! E sei
João Lopes de Ulhoa

(Linha 8) Ca me dá coita! - que, de pram, bem sei
Sempr'eu, senhor, roguei a Deus por mi
João Lopes de Ulhoa

(Linha 5) ca lhe rog'eu que nunca me dê bem
Quem me vir e quem m'oir
Fernão Fernandes Cogominho

(Linha 4) Ca, pois que se dela partir,
Pois tam muit'há que mia senhor nom vi
Fernão Fernandes Cogominho

(Linha 6) ca, por gram coit'haver, nom morrerei.
Nom am'eu mia senhor, par Deus
Fernão Fernandes Cogominho

(Linha 15) ca sei bem que mi o nom fará;
Veerom-m'ora preguntar
Fernão Fernandes Cogominho

(Linha 4) ca o nom púdi [m]ais negar:
Senhor de mi e do meu coraçom
Rodrigo Anes de Vasconcelos

(Linha 24) Ca, mia senhor, quem hom'em poder tem
Ai mia senhor! Vêm-me conselhar
Pero Mafaldo

(Linha 3) que vos nom sérvia, ca nom m'é mester,
Ai mia senhor! Vêm-me conselhar
Pero Mafaldo

(Linha 4) ca nunca rem por mi quisestes dar;
Vej'eu as gentes andar revolvendo
Pero Mafaldo

(Linha 8) Ca vej'eu ir melhor ao mentireiro
Senhor fremosa, vejo-me morrer
Afonso Mendes de Besteiros

(Linha 19) Ca de viver mais nom m'era mester;
Oimais nom há rem que mi gradecer
Afonso Mendes de Besteiros

(Linha 4) ca, de pram, assi me tem em poder
O meu amig', amiga, que me gram bem fezia
Pero Mafaldo

(Linha 7) ca me jurou que nunca se já de mi partisse,
Gram coita sofr'e vou-a negando
Fernão Gonçalves de Seabra

(Linha 2) ca nom quis Deus que coita sofresse
De mort'é o mal que me vem
Fernão Gonçalves de Seabra

(Linha 13) de morte; ca, enquant'eu for
Gradesc'a Deus que me vejo morrer
Fernão Gonçalves de Seabra

(Linha 3) ca receei saberem-mi-o mais d'al.
Nostro Senhor! quem m'hoj'a mim guisasse
Fernão Gonçalves de Seabra

(Linha 4) ca nom sei hoj'eu quem s'aventurasse
Muitos vej'eu que, com mêngua de sem
Fernão Gonçalves de Seabra

(Linha 21) ca já per mim nom saberám mais en.
Quand'eu, mia senhor, convosco falei
Pero Gomes Barroso

(Linha 16) ca, por quanto depois por en perdi,
Por Deus, senhor, tam gram sazom
Pero Gomes Barroso

(Linha 5) ca nom cuidei, sem vosso bem,
Senhor, que grav'hoj'a mi é
Afonso Lopes de Baião

(Linha 3) Ca sei, de pram, pois m'eu partir,
Quer'eu agora já meu coraçom
Mem Rodrigues Tenoiro

(Linha 8) Ca, per bõa fé, há mui gram sazom
Senhor fremosa, creede per mi
Mem Rodrigues Tenoiro

(Linha 4) senhor, ca nunca outra dona vi
Quando m'eu mui triste de mia senhor
Mem Rodrigues Tenoiro

(Linha 16) Ca Nostro Senhor nunca me perdom,
- Juïão, quero contigo fazer
Mem Rodrigues Tenoiro

(Linha 10) ca vos haverei de chamar cochom,
Mui gram sabor havedes, mia senhor
Afonso Fernandes Cebolhilha

(Linha 5) que vos Deus fez; ca nom posso perder
Muitos me dizem que servi doado
Afonso Sanches

(Linha 5) que nom é 'ssi, ca, se me venha bem,
Estes que m'ora tolhem mia senhor
Afonso Sanches

(Linha 5) ca morrerei e tal tempo verrá
Tam grave dia que vos conhoci
Afonso Sanches

(Linha 3) Ca me vem coita, nunca vi maior,
Mia senhor, quem me vos guarda
Afonso Sanches

(Linha 11) ca nom fari'a mal leva
Pois que vós per i mais valer cuidades
Afonso Sanches

(Linha 15) Ca nom sei homem que se mal nom queixe
- Vaasco Martins, pois vós trabalhades
Afonso Sanches

(Linha 5) dizede-mi-o, ca bem vos estará:
Queixei-m'eu destes olhos meus
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) ca mi mostrou quem hoj'eu vi:
Amigos, nom poss'eu negar
João Garcia de Guilhade

(Linha 3) ca me vejo sandeu andar,
- Senhor, veedes-me morrer
João Garcia de Guilhade

(Linha 17) por vós! Ca por vós morrerei;
U m'eu parti d'u m'eu parti
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) ca meu bem tod'era 'm veer;
A bõa dona por que eu trobava
João Garcia de Guilhade

(Linha 15) ca, se lh'alguém na mia coita falava,
Quantos ham gram coita d'amor
João Garcia de Guilhade

(Linha 9) ca já cegam os olhos meus
Deus! Como se forom perder e matar
João Garcia de Guilhade

(Linha 16) ca nunca prazer verei sen'a veer.
Gram sazom há que eu morrera já
João Garcia de Guilhade

(Linha 20) ca pois por ela m'e[u] hei a morrer.
Se m'ora Deus gram bem fazer quisesse
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) Ca já sempr'eu veeria daqui
Cuidou-s'Amor que logo me faria
João Garcia de Guilhade

(Linha 7) ca mia senhor esto quer todavia.
Cuidou-s'Amor que logo me faria
João Garcia de Guilhade

(Linha 14) ca esta morte nom é jograria.
Esso mui pouco que hoj'eu falei
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) ca me tremi' assi o coraçom
Muit'ando triste no meu coraçom
João Vasques de Talaveira

(Linha 13) Ca mi aveo assi outra vez já,
Estes que ora dizem, mia senhor
João Vasques de Talaveira

(Linha 7) Ca, mia senhor, sempre o eu neguei
Que mui de grad'eu querria fazer
Paio Gomes Charinho

(Linha 28) choro, ca ela me nembra entom.
Oí eu sempre, mia senhor, dizer
Paio Gomes Charinho

(Linha 5) ca sofr'eu mal por vós qual mal, senhor,
- Dizem, senhor, ca dissestes por mi
Paio Gomes Charinho

(Linha 9) ca vós dizedes dest'amor atal:
Coidava-m'eu, quand'amor nom havia
Paio Gomes Charinho

(Linha 4) ca me nom sei nem posso defender.
Coidava-m'eu, quand'amor nom havia
Paio Gomes Charinho

(Linha 10) ca sofro coitas qual nom sofreria.
Senhor fremosa, pois que Deus nom quer
Paio Gomes Charinho

(Linha 9) Ca desejos nom hei eu de perder
Pois mia ventura tal é, pecador!
Paio Gomes Charinho

(Linha 8) Ca, pois eu hei tam gram coita d'amor
Nostro Senhor, que eu sempre roguei
Fernão Velho

(Linha 7) com que moira; ca mui gram sabor hei,
Muitos vej'eu per mi maravilhar
Fernão Velho

(Linha 16) por que a peço: ca m'é mui mester
Senhor, o mal que mi a mi faz Amor
Fernão Velho

(Linha 16) ca nom mi dê Deus de vós bem, senhor,
Meus amigos, muito mi praz d'Amor
Fernão Velho

(Linha 7) Ca bem me pode partir da maior
Por mal de mi me fez Deus tant'amar
Fernão Velho

(Linha 13) ca melhor m'é ca tal vida viver
Senhor fremosa, por meu mal
Airas Veaz

(Linha 3) ca des entom assi quis Deus
Par Deus, senhor, gram dereito per é
Airas Veaz

(Linha 3) ca vos fui eu dizer, per boa fé,
A Lobatom quer'eu ir
Pero Viviães

(Linha 15) ca, u and'eu [ou] sejo,
Mui gram poder há sobre mim Amor
Bonifaci Calvo

(Linha 13) mi a tarde muito, ca gram sazom
Ora poss'eu com verdade dizer
Anónimo 4

(Linha 11) ca de morrer por vós hei gram pavor,
Senhor fremosa, já perdi o sem
Anónimo 4

(Linha 3) ca vos sei melhor doutra rem querer;
Senhor fremosa, já perdi o sem
Anónimo 4

(Linha 15) ca, se eu moiro por vós esta vez,
Dizedes vós, senhor, que vosso mal
Anónimo 4

(Linha 16) ca mal será se por vós morto for,
A Deus gradesco, mia senhor
Anónimo 4

(Linha 10) ca mentr'eu no mundo viver
Muito bem mi podia Amor fazer
Vasco Peres Pardal

(Linha 16) que já nom moira, ca nom sei eu quem
Levarom-n'a Codorniz
Gonçalo Garcia

(Linha 6) ca já [som] eu treedor
Penhoremos o daiam
Afonso X

(Linha 7) ca o quer'eu penhorar
- Ũa pregunta quer'a 'l-rei fazer
Garcia Peres

(Linha 25) em tal logar esta pena; ca 'ssi,
Dom Gonçalo, pois queredes ir daqui pera Sevilha
Afonso X

(Linha 21) nom façades dela capa, ca nom é cousa guisada.
(Deus te salve, Gloriosa)
Afonso X

(Linha 29) Salve-te Deus, ca nos diste,
Bem sabia eu, mia senhor
Afonso X

(Linha 8) ca o vosso bom semelhar
Par Deus, senhor
Afonso X

(Linha 21) Ca log'ali
[Maria Pérez vi muit'assanhada,]
Afonso X

(Linha 6) ca direi-vos de mim o que i entendo:
Dom Airas, pois me rogades
Afonso X

(Linha 9) ca vos conselh'eu o milhor:
Joam Rodriguiz, vejo-vos queixar
Afonso X

(Linha 5) ca nom som mais de dous, e haveredes-
Vi um coteife de mui gram granhom
Afonso X

(Linha 8) ca nom quer Deus que s'el em outro meta.
Nom me posso pagar tanto
Afonso X

(Linha 5) nem d'armas - ca hei espanto
Ansur Moniz, muit'houve gram pesar
Afonso X

(Linha 6) ca Dom Ansur, onde m'el meos val,
Quero-vos ora mui bem conselhar
Afonso X

(Linha 6) ca vossa honra é [de] todos nós,
Ao daiam de Cález eu achei
Afonso X

(Linha 15) Ca nom há mais, na arte do foder,
Praz-m'a mi, senhor, de morrer
D. Dinis

(Linha 3) ca sei que sentiredes qual
Oimais quer'eu já leixá'lo trobar
D. Dinis

(Linha 9) Ca sei mui bem que nunca poss'achar
Se hoj'em vós há nẽum mal, senhor
D. Dinis

(Linha 8) Ca, par Deus, mal vos per está, senhor!
Que razom cuidades vós, mia senhor
D. Dinis

(Linha 8) Ca [e]na mia morte nom há razom
Como me Deus aguisou que vivesse
D. Dinis

(Linha 3) Ca logo m'El guisou que vos oí
Da mia senhor que eu servi
D. Dinis

(Linha 5) ca, pero a sempre servi,
Senhor, pois que m'agora Deus guisou
D. Dinis

(Linha 19) Ca nom pôs em vós mal Nostro Senhor,
Senhor, dizem-vos por meu mal
D. Dinis

(Linha 10) mente; ca nom veja prazer,
Tam muito mal mi fazedes, senhor
D. Dinis

(Linha 19) Ca mais meu bem é de morte sofrer
Senhor, des quando vos vi
D. Dinis

(Linha 11) Ca tam muito desejei
Sempr'eu, mia senhor, desejei
D. Dinis

(Linha 5) d'haver de vós bem; ca bem sei
Se eu podess'ora meu coraçom
D. Dinis

(Linha 6) Ca, senhor, pero me fazedes mal
Quant'há, senhor, que m'eu de vós parti
D. Dinis

(Linha 13) Ca, mia senhor, bem des aquela vez
Ũa pastor se queixava
D. Dinis

(Linha 20) ca nom és senom mia morte,
Ora vej'eu bem, mia senhor
D. Dinis

(Linha 7) Ca nom atend'eu de vós al,
Nostro Senhor, hajades bom grado
D. Dinis

(Linha 5) ca sei eu bem que mi nom falara,
A mia senhor que eu por mal de mi
D. Dinis

(Linha 6) d'al, ca nunca me d'al pudi nembrar.
O que vos nunca cuidei a dizer
D. Dinis

(Linha 4) ca sabedes que nunca vos falei
Que mui gram prazer que eu hei, senhor
D. Dinis

(Linha 13) Ca, senhor, mui gram prazer mi per é
Senhor fremosa, nom poss'eu osmar
D. Dinis

(Linha 5) o por que é, ca nom poss'entender,
Nom sei como me salv'a mia senhor
D. Dinis

(Linha 3) ca, par Deus, nom hei como m'assalvar
Senhor, nom vos pês se me guisar Deus
D. Dinis

(Linha 3) ca bem creede que outro prazer
Ora, senhor, nom poss'eu já
D. Dinis

(Linha 5) ca m'entenderám que vos sei,
Senhor, hoj'houvesse eu vagar
D. Dinis

(Linha 7) Ca se vos podess'i falar,
Que soidade de mia senhor hei
D. Dinis

(Linha 7) cedo; ca, pero mi nunca fez bem,
Senhor fremosa, por qual vos Deus fez
D. Dinis

(Linha 8) Ca se vos fosse ou prez ou loor,
Quer'eu em maneira de proençal
D. Dinis

(Linha 8) Ca mia senhor quiso Deus fazer tal,
Mesura seria, senhor
D. Dinis

(Linha 17) ca se meu feito vai assi
Que estranho que m'é, senhor
D. Dinis

(Linha 8) Ca des aquel tempo, senhor,
Senhor, cuitad'é o meu coraçom
D. Dinis

(Linha 13) Ca de me matar Amor nom m'é greu,
Proençaes soem mui bem trobar
D. Dinis

(Linha 13) Ca os que trobam e que s'alegrar
Senhor, pois me nom queredes
D. Dinis

(Linha 14) de mim pecador, ca vedes:
De mi vós fazerdes, senhor
D. Dinis

(Linha 4) o mal; ca o bem, sabedor
Assi me trax coitado
D. Dinis

(Linha 8) Ca viv'em tal cuidado
O gram viç'e o gram sabor
D. Dinis

(Linha 16) mui gram prazer; ca tal a fez
Senhor, que de grad'hoj'eu querria
D. Dinis

(Linha 17) Ca, senhor, em gram bem viveria,
Ũa pastor bem talhada
D. Dinis

(Linha 12) ca entrava o verão;
Bem me podedes vós, senhor
D. Dinis

(Linha 6) ca nunca o eu pud'haver
Amor fez a mim amar
D. Dinis

(Linha 34) ca em tal coita me tem
Punh'eu, senhor, quanto poss'em quitar
D. Dinis

(Linha 10) que vos virom, senhor; ca des entom
Vi hoj'eu cantar d'amor
D. Dinis

(Linha 19) ca voss'amor me forçou,
Senhor, aquel que sempre sofre mal
D. Dinis

(Linha 8) Ca o bem, senhor, nom poss'eu saber
Por Deus, senhor, pois per vós nom ficou
D. Dinis

(Linha 6) e eu a vós, ca éste o melhor.
Senhor, eu vivo coitada
D. Dinis

(Linha 19) Ca, senhor, todo m'é prazer
Bem entendi, meu amigo
D. Dinis

(Linha 22) Ca o meu nom se pod'osmar,
Que trist'hoj'é meu amigo
D. Dinis

(Linha 3) ca nom pode falar migo
Dos que ora som na hoste
D. Dinis

(Linha 7) dos que alá som, ca o nom sei,
O meu amig', amiga, nom quer'eu
D. Dinis

(Linha 7) Ca, se lh'eu amor mostrasse, bem sei
Roga-m'hoje, filha, o voss'amigo
D. Dinis

(Linha 13) Ca de vos el amar de coraçom
Pesar mi fez meu amigo
D. Dinis

(Linha 4) de mi pesar, ca vos digo
O voss'amigo tam de coraçom
D. Dinis

(Linha 16) ca nos seus olhos entendem que nom
Com'ousará parecer ante mi
D. Dinis

(Linha 13) Ca sei que nom terrá el por razom,
- Em grave dia, senhor, que vos oí
D. Dinis

(Linha 16) o que eu i faça, ca eu non'o sei.
- Amiga, faço-me maravilhada
D. Dinis

(Linha 5) ca nunca tam gram maravilha vi:
O voss'amig', amiga, vi andar
D. Dinis

(Linha 14) come morto, ca é descomunal
- Amigo, queredes-vos ir?
D. Dinis

(Linha 2) - Si, mia senhor, ca nom poss'al
O meu amigo há de mal assaz
D. Dinis

(Linha 19) Ca, se cuidasse de mi bem haver,
Meu amigo, nom poss'eu guarecer
D. Dinis

(Linha 7) como morremos, ca nom há mester
Meu amigo vem hoj'aqui
D. Dinis

(Linha 10) ca sab'el que lhi mandei eu
Quisera vosco falar de grado
D. Dinis

(Linha 4) ca hei mui gram medo do irado;
Vi-vos, madre, com meu amig'aqui
D. Dinis

(Linha 5) ca, pois que s'el ledo partiu daquém,
Gram temp'há, meu amigo, que nom quis Deus
D. Dinis

(Linha 8) ca o partiu mia madr[e], a que pesou
Chegou-m', amiga, recado
D. Dinis

(Linha 8) ca sofre gram mal d'amor,
De morrerdes por mi gram dereit'é
D. Dinis

(Linha 2) amigo, ca tanto paresc'eu bem
Coitada viv', amigo, porque vos nom vejo
D. Dinis

(Linha 12) mal, ca mais mi valria de nom seer nada.
Ai fals'amig'e sem lealdade
D. Dinis

(Linha 4) ca doutra sei eu já por verdade
Por Deus, punhade de veerdes meu
D. Dinis

(Linha 8) ca sabedes quant'há que me serviu,
Por Deus, amiga, pês-vos do gram mal
D. Dinis

(Linha 3) ca diz de mi e de vós outro tal,
Nom quer'a Deus por mia morte rogar
Pedro, conde de Barcelos

(Linha 2) nem por mia vida, ca nom mi há mester:
Nom há, meu padre, a quem peça
Pero Larouco

(Linha 5) ca a peça nom se espeça
Ai boa dona, se Deus vos perdom
Estêvão Fernandes d'Elvas

(Linha 3) eu viv'em coita, ca tal senhor hei
Ouç[o] eu dizer um verv'aguis[a]do
Estêvão Fernandes d'Elvas

(Linha 5) ca de quanto bem na sa face vi
Nostro Senhor! e ora que será
Pero Dornelas

(Linha 4) ca sabe bem que nunca perderá
Que farei agor', amigo
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 4) Ca nom poss'eu al bem querer.
Direi-vos agor', amigo, camanho temp'há passado
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 10) ca jamais nom ar foi ledo meu coraçom, meu amigo,
Assanhei-m'eu muit'a meu amigo
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 10) ca sobr'el deit'eu toda mia sanha;
Madre, passou per aqui um cavaleiro
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 5) ca mi os busquei,
Donas, veredes a prol que lhi tem
Paio Soares de Taveirós

(Linha 13) Ca se nom quis meu amigo guardar
Foi-s'um dia meu amigo daqui
Nuno Fernandes Torneol

(Linha 5) ca morre agora por mi e por en,
Par Deus, amigo, muit'há gram sazom
João Nunes Camanês

(Linha 14) amigo, ca vos nom ousei veer.
Tanto sei eu de mi parte quant'é de meu coraçom
Airas Carpancho

(Linha 2) ca me tem mia madre presa, e, mentr'eu em sa prisom
Madre velida, meu amigo vi
Airas Carpancho

(Linha 4) nom lhi falei, ca o tiv'em desdém;
Quando se foi noutro dia daqui
Vasco Gil

(Linha 15) ca el mi disse como vos direi
Cuidades vós, meu amigo, ũa rem:
João Peres de Aboim

(Linha 5) ca poder hei de m'assanhar assi
Par Deus, amigo, nunca eu cuidei
João Peres de Aboim

(Linha 15) ca me leixastes por atal senhor
Dized', amigo, em que vos mereci
João Peres de Aboim

(Linha 9) ca, se vos fordes e vos eu nom vir,
Disserom-mi ora de vós ũa rem
João Peres de Aboim

(Linha 5) ca o poder, que sempre houvi, m'hei,
Amig'houv'eu a que queria bem
João Peres de Aboim

(Linha 5) ca mi mentiu o que mi soía
O por que sempre mia madre roguei
João Peres de Aboim

(Linha 10) e poderei, ca, meu lum'e meu bem:
Per bõa fé, mui fremosa sanhuda
João Soares Coelho

(Linha 8) pero bem sabe Deus ca nom ousei,
Hoje quer'eu meu amigo veer
João Soares Coelho

(Linha 16) Ca diz o vervo ca nom semeou
Fremosas, a Deus louvado, com tam muito bem como hoj'hei
João Soares Coelho

(Linha 2) e do que sõo mais leda: ca todo quant'eu desejei
Agora me foi mia madre melhor
João Soares Coelho

(Linha 5) ca me mandou que falasse migo
Ai Deus, u é meu amigo
João Lopes de Ulhoa

(Linha 3) Ca preit'havia comigo,
Eu fiz mal sem qual nunca fez molher
João Lopes de Ulhoa

(Linha 7) Ca nunca de mi pôd'entender al,
Já eu sempre mentre viva for, viverei mui coitada
João Lopes de Ulhoa

(Linha 10) ca senom logo verria, mais por esto m'é sanhudo,
Eu nunca dórmio nada, cuidand'em meu amigo
João Lopes de Ulhoa

(Linha 13) Ca meu dano seria
Que mi queredes, ai madr'e senhor?
João Lopes de Ulhoa

(Linha 2) Ca nom hei eu no mund'outro sabor
Meu amigo, se vejades
Fernão Fernandes Cogominho

(Linha 13) Ca, se faz que vós andades,
Par Deus, amiga, quant'eu receei
Gonçalo Anes do Vinhal

(Linha 3) ca receei de mi querer gram bem,
Amiga, por Deus, vos venh'ora rogar
Gonçalo Anes do Vinhal

(Linha 4) e nom mi o roguedes, ca o nom farei
Por Deus, amiga, que preguntedes
Estêvão Travanca

(Linha 5) ca nom ous'hoj'eu por el preguntar
Amigas, quando se quitou
Estêvão Travanca

(Linha 10) ca me veo ante rogar
Amigas, quando se quitou
Estêvão Travanca

(Linha 21) ca veo chorar ante mi
Se eu, amiga, quero fazer bem
Rodrigo Anes de Vasconcelos

(Linha 5) mais non'as creo, ca sei ũa rem:
Fals'amigo, per bõa fé
Afonso Mendes de Besteiros

(Linha 7) Ca noutro dia vos achei
Amigos, nunca mereceu
Afonso Mendes de Besteiros

(Linha 13) Ca sei que per nẽum logar,
Por Deus, amiga, punhad'em partir
Pero Viviães

(Linha 3) - Nom mi o digades, ca vos nom val rem,
Pero que eu meu amigo roguei
Fernão Gonçalves de Seabra

(Linha 8) ca lhi parcia que nunca por en
Fui eu, fremosa, fazer oraçom
Afonso Lopes de Baião

(Linha 7) Ca fui eu [i] chorar dos olhos meus,
Madre, des que se foi daqui
Afonso Lopes de Baião

(Linha 16) ca, se assi nom é, senhor,
Quer'eu, amigas, o mundo loar
João Garcia de Guilhade

(Linha 8) ca o fez Deus, e nom dig'eu de nom,
Amigas, que Deus vos valha, quando veer meu amigo
João Garcia de Guilhade

(Linha 3) ca muitas cousas diremos
Morr'o meu amigo d'amor
João Garcia de Guilhade

(Linha 15) ca nunca eu esse tal vi,
Diss', ai amigas, dom J'am Garcia
João Garcia de Guilhade

(Linha 4) ca por esto o faço morrer por mi;
Cada que vem o meu amig'aqui
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) ca nunca lh'eu vejo morte prender
Estas donzelas que aqui demandam
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) Ca um amigo que eu sempr'amei
Fez meu amigo gram pesar a mi
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) "Viinde já, ca já vos perdoei,
Havedes vós, amiga, guisado
Pero Dornelas

(Linha 8) ca lhe defendi que nom morasse
Afons'Afonses, batiçar queredes
Afonso Sanches

(Linha 5) ca sem clérigo, como haveredes,
- Foi-s'ora daqui sanhudo
João Garcia de Guilhade

(Linha 7) ca verrá,
Veestes-me, amigas, rogar
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) ca, se com el algũa rem falar,
Disserom-mi que havia de mi
João Vasques de Talaveira

(Linha 16) ca, se lh'eu fui de mal merecedor,
Do meu amig'a que eu defendi
João Vasques de Talaveira

(Linha 3) alhur morar, ca mi pesava en,
Vistes vós, amiga, meu amigo
João Vasques de Talaveira

(Linha 9) ca mi jurou que se nom partisse
Madre, disserom-mi ora que vem
Nuno Peres Sandeu

(Linha 4) ca morr'agora já por me veer;
Ai mia madre, sempre vos eu roguei
Nuno Peres Sandeu

(Linha 8) ca nom hei eu jamais vosc'a viver,
Deus! por que faz meu amig'outra rem
Nuno Peres Sandeu

(Linha 4) ca em mi tem quant'hoj'el há de bem
Tanto falam do vosso parecer
Paio Gomes Charinho

(Linha 6) vos outro quer bem senom eu, ca nom
Muitos dizem com gram coita d'amor
Paio Gomes Charinho

(Linha 8) Ca, des que morrer, non'a veerei,
Ũa dona que eu quero gram bem
Paio Gomes Charinho

(Linha 14) ca mi vem dela, por vos nom mentir,
A dona que home
Paio Gomes Charinho

(Linha 8) Ca senhor é de muito bem; e vi-a
Senhor fremosa, tam de coraçom
Paio Gomes Charinho

(Linha 7) morrer, senhor! Ca todo praz a mim
Ora me venh'eu, senhor, espedir
Paio Gomes Charinho

(Linha 8) Ca sõo certo, des que vos nom vir,
Par Deus, senhor, e meu lume e meu bem
Paio Gomes Charinho

(Linha 8) sempre, mias coitas, par Deus, ca nom al,
Senhor, sempr'os olhos meus
Paio Gomes Charinho

(Linha 8) ca nunca podem dormir,
- Amigo, que cuidades a fazer
Vasco Peres Pardal

(Linha 15) ca mi val[v]era mais de me matar;
Coitada sejo no meu coraçom
Vasco Peres Pardal

(Linha 14) nom dou eu rem, ca, se coita sofrer
- Por Deus, amiga, provad'um dia
Vasco Peres Pardal

(Linha 5) ca sei eu aquesto, per boa fé,
Amigo, vós ides dizer
Vasco Peres Pardal

(Linha 5) ca bem é de vos sofrer eu
Amiga, bem cuid'eu do meu amigo
Vasco Peres Pardal

(Linha 2) que é morto, ca muit'há gram sazom
- Senhor fremosa, pois me vej'aqui
Anónimo 5

(Linha 7) ca sofrendo coita se serv'o bem.
A mais fremosa de quantas vejo
Anónimo de Santarém

(Linha 9) Nom ch'a direi eu, ca o dirias
Eu sei la dona velida
Pedro Anes Solaz

(Linha 3) ca nom ama.
Dizia la bem talhada
Pedro Anes Solaz

(Linha 7) Ca, se o viss'eu, penada,
Jurava-m'hoje o meu amigo
Pedro Anes Solaz

(Linha 5) vedes porquê: ca já s'el perjurou
Vistes, madr', o que dizia
Pero da Ponte

(Linha 6) ca, senom, noite nem dia,
Mia madre, pois se foi daqui
Pero da Ponte

(Linha 8) Ca nom dórmio nem dormirei,
Pois vos ides daqui, ai meu amigo
Pero da Ponte

(Linha 8) mi tardastes, [ca] muit'hei en gram medo,
Por Deus, amig', e que será de mi
Pero da Ponte

(Linha 10) ca bom conselho nom sei i de pram,
- Ai madr', o que me namorou
Pero da Ponte

(Linha 4) Ca namorada me leixou.
Disserom m'hoj', ai amiga, que nom
Paio Gomes Charinho

(Linha 7) mui bem a mim, ca já nom andarei
Mia filha, nom hei eu prazer
Paio Gomes Charinho

(Linha 3) ca voss'amigo falar vem
- Voss'amigo que vos sempre serviu
Paio Gomes Charinho

(Linha 8) ou que será, ca sabemos que nom
Vou-m'eu, senhor, e quero-vos leixar
Paio Gomes Charinho

(Linha 5) ca el de vós nunca se partirá,
Donas, fezerom ir daqui
João Garcia

(Linha 13) Ca o fezerom ir por mal
Foste[s]-vos vós, meu amigo, daqui
Reimon Gonçalves

(Linha 13) Ca, se vos ora fui perdoador,
Pois mia senhor de mi nom quer pensar
Afonso Pais de Braga

(Linha 4) ca mi acharei eu quem mi faç'assi;
Ai mia senhor! quer'eu provar
Afonso Pais de Braga

(Linha 6) ca mil vezes o provei já
Ora entend'eu quanto me dizia
Afonso Pais de Braga

(Linha 2) a mia senhor, ca era guisado:
Amiga, bem [s]ei que nom há
João Mendes de Briteiros

(Linha 16) ca vedes por que o sei eu:
Deus! que leda que m'esta noite vi
João Mendes de Briteiros

(Linha 3) ca sonhava em como vos direi:
Ora vej'eu que nom há verdade
João Mendes de Briteiros

(Linha 7) Ca nom há verdade nemigalha
Porque no mundo mengou a verdade
Airas Nunes

(Linha 5) ca de tal guisa se foi a perder
Amor faz a mim amar tal senhor
Airas Nunes

(Linha 11) Ca per amor cuid'eu mais a valer;
Par Deus, coraçom, mal me matades
Airas Nunes

(Linha 11) ca vós noit'e dia migo ficades.
Desfiar enviarom ora de Tudela
Airas Nunes

(Linha 10) e faço gram dereito, ca meus sobrinhos som:
Martim Moia, a mia alma se perca
Afonso Gomes, jograr de Sarria

(Linha 18) ca o nom dizem senom com perfia.
Per como achamos na Santa Escritura
Martim Moxa

(Linha 3) ca se nom guarda trégoa nem postura
- Vós que soedes em corte morar
Martim Moxa

(Linha 4) ca os nom vejo dar nem despender,
Amigos, cuid'eu que Nostro Senhor
Martim Moxa

(Linha 3) ca o vejo cada dia tornar
O gram prazer e gram viç'em cuidar
Martim Moxa

(Linha 10) ca sempr'Amor per bem se quer levar,
Venho-vos, mia senhor, rogar
Martim Moxa

(Linha 3) que mi valhades, ca bem sei,
Atanto querria saber
Martim Moxa

(Linha 12) non'a veer; ca já quit'é,
Amor, nom qued'eu amando
Martim Moxa

(Linha 25) ca servind'atenderia
Per quant'eu vejo
Martim Moxa

(Linha 7) ca, pois franqueza
Bem poss'Amor e seu mal endurar
Martim Moxa

(Linha 4) ca sa mesur'e seu mui bom falar
Ora começa o meu mal
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 5) ca o dem'agora d'amor
Que mui gram prazer hoj'eu vi
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 16) mia senhor; ca per nẽum sem,
Já eu nom am[o] a quem soía
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 4) ca m'hei outra coita d'amor maior.
I logo, senhor, que vos vi
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 18) ca me vos partira end'eu;
Pero mia senhor nulha rem
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 15) ca Deus, que m[e] quis destroir,
De gram coita faz gram lezer
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 5) ca vi mia senhor daquend'ir
Quand'eu nom podia veer
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 15) ca vêde'lo que eu cuidei:
Que doo que agora hei
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 5) ca nunca os hei a partir
Pero tant'é meu mal d'amor
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 25) Ca de vós nom atend'eu al
Aqueste mui gram mal d'amor
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 25) Ca nom viverei mais des i
Os meus olhos, que virom mia senhor
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 10) ca por outra nom mi [...]
De Martim Moia posfaçam as gentes
Martim

(Linha 4) ca o vej'eu assaz hom'ordinhado
Todos dizem que Deus nunca pecou
Pero Guterres

(Linha 3) ca lhe vej'eu muitos desemparar
Senhor, se o outro mundo passar
Estêvão Peres Froião

(Linha 6) ca por vós perço Deus e sis'e sem,
A vossa mesura, senhor
Gomes Garcia

(Linha 3) ca desmesura des aí
Conhosco-me, meu amigo
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 9) ca, se podess'eu seer,
Id'é meu amigo daqui
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 22) ca em seu poder seja eu,
Ora nom dev'eu preçar parecer
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 9) ca nunca vos jamais por meu terrei,
- Madre, quer'hoj eu ir veer
Rui Fernandes de Santiago

(Linha 7) ca nom sei quando mi o verei.
Ir-vos queredes, amigo, [daqui]
Sancho Sanches

(Linha 9) Ca outro conselh'eu de mim nom sei,
Com coitas d'amor, se Deus mi perdom
João Airas de Santiago

(Linha 19) Ca, se cuidar i, já mentre viver
Ouço dizer dos que nom ham amor
João Airas de Santiago

(Linha 5) ca nunca pod'o mentiral tam bem
Maravilho-m'eu, si Deus mi dê bem
João Airas de Santiago

(Linha 15) Ca vos fez mansa e de mui bom prez,
Senhor fremosa, hei-vos grand'amor
João Airas de Santiago

(Linha 7) Ca já vos sempr'haverei de querer
Desej'eu bem haver de mia senhor
João Airas de Santiago

(Linha 7) ca nom é meu bem o que seu mal for.
Que grave m'est ora de vos fazer
João Airas de Santiago

(Linha 3) ca me quer'ir longi de vós viver,
Que de bem mi ora podia fazer
João Airas de Santiago

(Linha 5) com mia senhor; ca, se Deus mi perdom,
Que de bem mi ora podia fazer
João Airas de Santiago

(Linha 10) sem mia senhor, ca nunca led'andei
Nom que[i]ra Deus em conto receber
João Airas de Santiago

(Linha 7) ca nom é vida viver sem prazer.
Houvi agora de mia prol gram sabor
João Airas de Santiago

(Linha 16) de vos quitardes, ca prol nom vos tem
A mia senhor, que eu sei muit'amar
João Airas de Santiago

(Linha 6) ca nunca vi molher mais sem amor.
Meu senhor rei de Castela
João Airas de Santiago

(Linha 14) ca nom hei quem m'emparar.
Pelo souto de Crexente
João Airas de Santiago

(Linha 26) ca os que aqui chegarem,
As mias jornadas vedes quaes som
Afonso Anes do Cotom

(Linha 12) ca mia fazenda vos dig'eu sem falha;
- Pero da Pont', e[m] um vosso cantar
Afonso Anes do Cotom

(Linha 30) nom faledes mais em armas, ca nom
A rem que mi a mi mais valer
Airas Engeitado

(Linha 23) ca será i falido,
Nulh'home nom pode saber
Fernão Padrom

(Linha 6) ca a mia coita nom há par,
Os meus olhos, que mia senhor
Fernão Padrom

(Linha 8) ca virom o bom semelhar
Tam muito vos am'eu, senhor
Pero da Ponte

(Linha 26) que Deus guarda; ca, des entom,
Agora me part'eu mui sem meu grado
Pero da Ponte

(Linha 3) ca 'ssi quer Deus e mao meu pecado,
Agora me part'eu mui sem meu grado
Pero da Ponte

(Linha 11) ca pois nom vir meu lum'e meu espelho,
A mia senhor, que eu mais doutra rem
Pero da Ponte

(Linha 5) ca meu bem é d'eu por ela morrer,
Nostro Senhor Deus! Que prol vos tem ora
Pero da Ponte

(Linha 13) ca o dia que eu tal pesar vi,
Que bem se soub'acompanhar
Pero da Ponte

(Linha 17) ca, dos reis que forom nem som
Ora já nom poss'eu creer
Pero da Ponte

(Linha 12) ca, par Deus!, mal o confondeu
Pois me tanto mal fazedes
Pero da Ponte

(Linha 9) ca vós sodes e seredes
O que Valença conquereu
Pero da Ponte

(Linha 15) Ca Deus lhi deu esforç'e sem
Des quand'eu a mia senhor entendi
Vasco Rodrigues de Calvelo

(Linha 14) ca me guardei de lhe fazer pesar;
Por vos veer vim eu, senhor
Vasco Rodrigues de Calvelo

(Linha 4) ca o fiz com coita d'amor!
Meus amigos, pese-vos do meu mal
Vasco Rodrigues de Calvelo

(Linha 6) ca já perdi o dormir e o sem
Nom perç'eu coita do meu coraçom
Vasco Rodrigues de Calvelo

(Linha 7) com'a mim fez. Ca des que eu naci,
Senhor, eu vivo muit'a meu pesar
Vasco Rodrigues de Calvelo

(Linha 6) ca dê'lo dia, senhor, que vos vi,
Se eu ousass'a Maior Gil dizer
Vasco Rodrigues de Calvelo

(Linha 4) mais nom lho digo, ca nom hei poder
[...] Mais ambos i faredes o melhor
Martim Moxa

(Linha 3) ca, pois homem bem serv'a bom senhor,
Cativo! mal conselhado!
Martim Moxa

(Linha 10) ca me quis Deus aguisar
Algũa vez dix'eu em meu cantar
Martim Moxa

(Linha 12) Ca senhor hei que me tem em poder
Disserom-vos, fremosa mia senhor
Rui Martins de Ulveira

(Linha 7) Ca bem sei que vos disserom por mi
Oimais, amiga, quer'eu já falar
Rui Martins de Ulveira

(Linha 3) vedes porquê: ca tam gram bem mi quer
Do que sabia nulha rem nom sei
Pero Gomes Barroso

(Linha 5) ca vej'agora o que nunca vi
Dizem, amigo, que outra senhor
João Airas de Santiago

(Linha 5) ca já todas sabem que sodes meu
O que soía, mia filha, morrer
João Airas de Santiago

(Linha 19) Ca, se souber que por vós morr'alguém,
O meu amigo novas sabe já
João Airas de Santiago

(Linha 9) ca muit'há gram sabor de me loar;
Ai mia filha, por Deus, guisade vós
João Airas de Santiago

(Linha 5) ca, se vos vir, sei eu ca morrerá
O meu amigo nom pod'haver bem
João Airas de Santiago

(Linha 14) ca mi o disserom, mais houvi pavor
Os que dizem que veem bem e mal
João Airas de Santiago

(Linha 15) Ca eu sei bem as aves conhoscer
Entend'eu, amiga, per bõa fé
João Airas de Santiago

(Linha 9) ca vos vejo del gram queixum'haver
O voss'amig'há de vós gram pavor
João Airas de Santiago

(Linha 2) ca sab'el que vos fazem entender
- Meu amigo, quero-vos preguntar
João Airas de Santiago

(Linha 6) - Senhor, ca nunca mi escaecedes.
Que mui leda que eu mia madre vi
João Airas de Santiago

(Linha 9) de mi, ca nunca mais pudi dormir,
Vai-s', amiga, meu amigo daqui
João Airas de Santiago

(Linha 2) triste, ca diz que nunca lhi fiz bem,
Queixos'andades, amigo, d'amor
João Airas de Santiago

(Linha 3) bem, ca nom hei, sem meu dan', en poder,
A meu amigo mandad'enviei
João Airas de Santiago

(Linha 7) Ca do mandadeiro sei eu mui bem
Queredes ir, meu amigo, eu o sei
João Airas de Santiago

(Linha 6) ca pois a mi havedes a viir.
Diz meu amigo tanto bem de mi
João Airas de Santiago

(Linha 6) ca mi sei eu que mi paresco bem.
- Ai mia filha, de vós saber quer'eu
João Airas de Santiago

(Linha 9) Ca des entom nom vos ar quis falar.
Quand'eu fui um dia vosco falar
João Airas de Santiago

(Linha 7) Ca, meu amigo, falei eu ũa vez
Nom vos sabedes, amigo, guardar
João Airas de Santiago

(Linha 10) de mi o saberem, ca m'ham d'alongar
Nom hei eu poder do meu amigo
João Airas de Santiago

(Linha 8) que mi nom fale, ca mi vem gram mal
Diz meu amigo que, u nom jaz al
João Airas de Santiago

(Linha 2) morre, ca nom pod'haver bem de mi,
O meu amigo, forçado d'amor
João Airas de Santiago

(Linha 5) ca daquel tempo que migo guarir
Quer meu amigo de mi um preito
João Airas de Santiago

(Linha 9) ca el anda-se de mi queixando,
Diz, amiga, o que mi gram bem quer
João Airas de Santiago

(Linha 27) ca mal mi venha, se lh'eu soa for.
Amigas, o que mi quer bem
João Airas de Santiago

(Linha 4) ca tal sabor hei de o veer
Vai meu amigo com el-rei morar
João Airas de Santiago

(Linha 19) Ca mais [lhi] valrá se lh'eu [bem] quiser,
Foi-s'o meu amigo a cas d'el-rei
João Airas de Santiago

(Linha 5) ca, se souber com'eu por el morri,
Meu amig'e meu bem e meu amor
João Airas de Santiago

(Linha 24) - ca [o] maior amor do mund[o] é.
A que mi a mi meu amigo filhou
João Airas de Santiago

(Linha 9) ca o levou de mim sem meu prazer;
Mais desguisadamente mi vem mal
Martim Peres Alvim

(Linha 6) ca por tod'esto me vej'eu andar
Dizer-vos quer'a gram coita d'amor
Martim Peres Alvim

(Linha 15) ca nom sei eu logar u lhe fogir;
Nom sei eu tempo quand'eu nulha rem
Pero de Ver

(Linha 3) ca nom quis Deus, nem filhei tal senhor
Pero m'eu moiro, mia senhor
Bernal de Bonaval

(Linha 3) ca tant'hei de vós gram pavor
Amor, bem sei o que m'ora faredes
Bernal de Bonaval

(Linha 8) Ca eu bem sei que vós poder havedes
Pero vejo donas mui bem parecer
Bernal de Bonaval

(Linha 5) u mi a mostrou por meu mal. Ca des i
Por quanta coita me faz mia senhor
Bernal de Bonaval

(Linha 3) nem é dereito, ca eu mi o busquei.
- Abril Pérez, muit'hei eu gram pesar
Bernal de Bonaval

(Linha 3) ca vos vejo come mi lazerar
Um dia vi mia senhor
João Servando

(Linha 9) dizer, ca m'hei todavia
Dê'lo dia 'm que m'eu quitei
Pero de Armea

(Linha 6) Ca me quitei a meu pesar
Mia senhor, por Nostro Senhor
Pero de Armea

(Linha 6) ca nom sei al tam muit'amar.
Cuidades vós que mi faz a mi Deus
Pero de Armea

(Linha 16) entom daquestes meus, ca nom por al,
Senhor fremosa, des aquel dia
Pero de Armea

(Linha 19) Ca vós sodes mia coita e meu bem
Senhor fremosa, nom pod'hom'osmar
Pero de Armea

(Linha 16) ca moiro por oir de vós falar;
Meus amigos, quero-vos eu dizer
Pero de Armea

(Linha 16) ca vivo coitado mais doutra rem;
Em grave dia me fez Deus nacer
Pero de Armea

(Linha 20) quando a vi, grave dia, ca non-
O meu amigo que por mim o sem
Estêvão Fernandes d'Elvas

(Linha 9) ca lhi quer'eu ũa cousa dizer
- Farei eu, filha, que vos nom veja
Estêvão Fernandes d'Elvas

(Linha 8) - Por quê, madre? Ca nom é guisado.
- Madre, chegou meu amig'hoj'aqui
Estêvão Fernandes d'Elvas

(Linha 4) - Nom faz, mia filha? Ca perdedes i.
Quand'eu vi a dona que nom cuidava
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 13) Ca inda m'eu ant'a [vi]ver cuidava,
Quand'eu um dia fui em Compostela
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 14) por entendedor, ca nunca vos vi
Maior guarda vos derom ca soíam, senhor
Airas Pais

(Linha 8) ca nom poss'eu sem vós guarir;
Meus amigos, nom poss'eu mais negar
João Baveca

(Linha 7) Ca, por boa fé, sempre m'eu guardei,
U vos nom vejo, senhor, sol poder
João Baveca

(Linha 15) ca, u vos eu nom vejo, mia senhor,
Muitos dizem que gram coita d'amor
João Baveca

(Linha 13) Ca me coita voss'amor assi
Os que nom amam nem sabem d'amor
João Baveca

(Linha 8) Ca se elas soubessem os que ham
Senhor, por vós hei as coitas que hei
João Baveca

(Linha 3) ca el sem vós nom mi as podera dar,
Dizem-mi ora que nulha rem nom sei
Galisteu Fernandes

(Linha 8) ca 'ssi fiz eu, mui gram sazom há já,
[...] meu trobar
Galisteu Fernandes

(Linha 19) porque nom quer; ca, se lhi prouguess'en,
Par Deus, senhor, muit'aguisad[o] hei
Lopo

(Linha 5) ca nom será tam pequena sazom
Bem vej'eu que dizia mia senhor
Lopo

(Linha 3) ca já eu dela querria haver
Os namorados que trobam d'amor
João, jograr

(Linha 26) ca el foi rei assaz mui prestador
Sanhudo m'é meu amig'e nom sei
Pero de Berdia

(Linha 3) ca toda rem que m'el a mi mandou
Jurava-mi o meu amigo
Pero de Berdia

(Linha 19) ca sei que mi nom queria
Deu'lo sabe, coitada vivo mais ca soía
Pero de Berdia

(Linha 2) ca se foi meu amigo, e bem vi, quando s'ia,
Foi-s'o meu amigo daqui
Pero de Berdia

(Linha 5) verdadeir'é, ca diz assi:
Sazom sei eu que nom ousei dizer
Pero Mendes da Fonseca

(Linha 3) ca me temia de seu desamor;
Senhor de mi e destes olhos meus
Pero Mendes da Fonseca

(Linha 6) ca viv'em coita, pois hei a morrer.
Fremosas, a Deus grado, tam bom dia comigo
Bernal de Bonaval

(Linha 2) ca novas mi disserom ca vem o meu amigo;
Fremosas, a Deus grado, tam bom dia comigo
Bernal de Bonaval

(Linha 3) ca vem o meu amigo,
Quero-vos eu, mia irmana, rogar
Bernal de Bonaval

(Linha 16) ca nom vos quero meu cor encobrir:
Quand'eu a Sam Servando fui um dia daqui
João Servando

(Linha 9) ca lhi dix', a Deus grado, quanto lh'eu dizer quis,
Ora vam a Sam Servando donas fazer romaria
João Servando

(Linha 2) e nom me leixam com elas ir, ca log'alá iria,
Mia madre velida, e nom me guardedes
João Servando

(Linha 2) d'ir a Sam Servando, ca, se o fazedes,
[D]o meu amigo, que me faz viver
João Servando

(Linha 15) ca morrerá, non'o meto em cuidar,
Ir-vos queredes, amigo
João Servando

(Linha 3) ca me fazedes trist'andar
Que muito bem fez Deus a mia senhor
Rui Martins do Casal

(Linha 3) Ca tam bem está já do meu amor
Muit'hei, ai Amor, que te gradescer
Rui Martins do Casal

(Linha 14) ca nun[ca] fuste de mim partido
Ora, senhor, mui [bem] leda ficade
Rui Martins do Casal

(Linha 3) ca me vou eu e nom levo daqui
Da noite d'eire poderam fazer
Juião Bolseiro

(Linha 4) ca vẽo meu amigo,
Nas barcas novas foi-s'o meu amigo daqui
Juião Bolseiro

(Linha 5) ca vejo viir barcas e tenho que i vem,
Que olhos som que vergonha nom ham
Juião Bolseiro

(Linha 2) dized', amigo, doutra, ca meu nom,
Buscastes-m', ai amigo, muito mal
Juião Bolseiro

(Linha 8) nem mi o neguedes, ca vos nom tem prol,
Ai meu amigo, meu, per bõa fé
Juião Bolseiro

(Linha 6) ca nunca fui tam leda pois naci.
- Tal vai o meu amigo, com amor que lh'eu dei
Pero Meogo

(Linha 9) - E guardade-vos, filha, ca já m'eu atal vi
Per quaes novas hoj'eu aprendi
Martim de Caldas

(Linha 5) ca lhi cuid'eu a parecer tam bem
Madr'e senhor, leixade-m'ir veer
Martim de Caldas

(Linha 4) ca morr'el, madr', e eu quero morrer,
Mandad'hei migo qual eu desejei
Martim de Caldas

(Linha 22) de vós, ca sei que vos praz de meu bem:
Ai meu amig'e lume destes meus
Martim de Caldas

(Linha 5) ca eu quer'end'a verdade saber,
Nostro Senhor, e como poderei
Martim de Caldas

(Linha 3) Ca mi dizem que se quer ir daqui,
Nom vou eu a Sam Clemenço orar, e faço gram razom
Nuno Trez

(Linha 2) ca el nom mi tolhe a coita que trago no meu coraçom,
Sej'eu fremosa com mui gram pesar
Pero de Armea

(Linha 10) ca moiro, madre, se Deus mi nom val,
Mias amigas, quero-m'eu des aqui
Pero de Armea

(Linha 3) ca o dia [em] que s'el foi daquém
- Amigo, mando-vos migo falar
Pero de Armea

(Linha 14) falade migo, ca bem é e prez.
- Por meu amig', amiga, preguntar-
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 2) -vos quer'eu ora, ca se foi daqui
- Amiga, voss' amigo vi falar
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 12) pesar, ca já m'eu vi quem fez assi
- Par Deus, amiga, podedes saber
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 27) - Mester vos é, ca vo-lo entenderám,
Sei eu, donas, que nom quer tam gram bem
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 3) amigo quer; ca, porque lhi dix'eu
- Dizede, madre, por que me metestes
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 16) Ca sei eu bem qual preito vos el trage,
- Ai amiga, hoje falou comigo
João Baveca

(Linha 4) ca morrerá, se lhi vós nom valedes.
Amigo, sei que há mui gram sazom
João Baveca

(Linha 17) ca de tal guisa vos farei eu bem
Pesa-mi, amiga, por vos nom mentir
João Baveca

(Linha 9) ca bem entend'e bem vej'e bem sei
- Filha, de grado queria saber
João Baveca

(Linha 14) ca, se mais há i feit', a como quer,
Amig', entendo que nom houvestes
João Baveca

(Linha 4) ca tamanho pesar mi fezestes
- Como cuidades, amiga, fazer
João Baveca

(Linha 4) Ca vos direi de qual guisa o vi:
Amigo, vós nom queredes catar
João Baveca

(Linha 7) Ca noutro dia chegastes aqui
Madr', o que sei que mi quer mui gram bem
João Baveca

(Linha 7) Ca nom pode guarir, se per mim nom,
Ora veerei, amiga, que fará
João Baveca

(Linha 4) ca de tal guisa me guardam del já
Amigo, mal soubestes encobrir
João Baveca

(Linha 7) Ca vós quisestes haver aquel bem
Ai meu amigo, pero vós andades
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 15) ca o cantar vosso de maestria
Foi-s'o namorado, madr', e nom o vejo
Paio Calvo

(Linha 10) ca se foi com ira, mais, se Deus mi valha,
Madr', enviou-vo'lo meu amigo
Martim Padrozelos

(Linha 13) de Valongo; ca se foi el daqui
Por Deus, que vos nom pês
Martim Padrozelos

(Linha 4) ca, se hoje i vam três
Fostes-vos vós, meu amigo, daqui
Martim Padrozelos

(Linha 7) Ca vos fostes sem meu mandad'e sei
Deus! e que cuidei a fazer
Martim Padrozelos

(Linha 5) ca sei que nom posso guarir
Polo meu mal filhou-[s'ora] el rei
Lopo

(Linha 3) ca levou sigo o meu coraçom
And'ora trist'e fremosa
Lopo

(Linha 6) ca sei que mal [l]hi verrá en.
Porque se foi meu amigo
Lopo

(Linha 10) ca sei que nom pod'acabar
Por Deus vos rogo, madre, que mi digades
Lopo

(Linha 5) ca nom me guardaredes, pero quiserdes,
- Ir-vos queredes, amigo
Lourenço

(Linha 5) ca nunca tam cedo verrei
Assaz é meu amigo trobador
Lourenço

(Linha 2) ca nunca s'home defendeu melhor,
Já 'gora meu amigo filharia
Lourenço

(Linha 3) de falar migo; ca tant'era louco
Já 'gora meu amigo filharia
Lourenço

(Linha 13) Ca est el home que mais demandava
Mal faç'eu velida, que ora nom vou
Golparro

(Linha 8) ca, se lá nom for, morrerei com pesar
Fui eu, madr', a Sam Momed', u me cuidei
João de Cangas

(Linha 5) - Pois i nom vem, sei ũa rem:
Como vivo coitada, madre, por meu amigo
Martim de Ginzo

(Linha 2) ca m'enviou mandado que se vai no ferido;
Se vos prouguer, madr', hoj'este dia
Martim de Ginzo

(Linha 5) ca moir'eu, madre, por meu amigo
Treides, ai mia madr', em romaria
Martim de Ginzo

(Linha 4) ca já i est o que namorei,
Nom poss'eu, madre, ir a Santa Cecília
Martim de Ginzo

(Linha 2) ca me guardades a noit'e o dia
Nunca eu vi melhor ermida nem mais santa
Martim de Ginzo

(Linha 2) [ca] o que se de mi enfinge e mi canta
Quer'ir a Santa Maria e, irmana, treides migo
Airas Pais

(Linha 6) por me veer e falar migo, ca lho nom vi noutro dia;
Por vee'lo namorado, que muit'há que eu nom vi
Airas Pais

(Linha 2) irmana, treides comigo, ca me dizem que vem i
Fui eu, madr', em romaria a Faro com meu amigo
João de Requeixo

(Linha 3) ca mi jurou que morria
Atender quer'eu mandado que m'enviou meu amigo
João de Requeixo

(Linha 7) ca mi diss'o mandadeiro que é por mi mui coitado,
O vosso amigo, assi Deus m'empar
Fernando Esquio

(Linha 10) ca el morre e de vós nunca atende
D'ũa gram vinha que tem em Valada
Estêvão da Guarda

(Linha 9) ca tam menguado ficou o terçom
Em preito que Dom Foam há
Estêvão da Guarda

(Linha 15) Ca o meestre entende já,
Meu dano fiz por tal juiz pedir
Estêvão da Guarda

(Linha 5) ca se vou i e lev'o meu vogado,
Pois que te preças d'haver sem comprido
Estêvão da Guarda

(Linha 8) Ca sempre contam por ensibidade
Donzela, quem quer que poser femença
Estêvão da Guarda

(Linha 15) Ca sei eu outra nom de tal doairo
Rui Gonçálviz, pero vos agravece
Estêvão da Guarda

(Linha 9) ca de maldizer nom tirades prol;
- Vós, Dom Josep, venho eu preguntar
Estêvão da Guarda

(Linha 27) ca deu gram peça; mais pois seu senhor
Martim Gil, um homem vil
Estêvão da Guarda

(Linha 11) ca se sente tam maltreito
Do que eu quigi, per sabedoria
Estêvão da Guarda

(Linha 12) ca maestr'Ali jura per sa fé
Do que eu quigi, per sabedoria
Estêvão da Guarda

(Linha 19) ca maestr'Ali diz que dias há
Dizem, senhor, que um vosso parente
Estêvão da Guarda

(Linha 8) Ca, se vos el quer fazer entendente
Em tal perfia qual eu nunca vi
Estêvão da Guarda

(Linha 6) ca perfiardes nom vos é mester
Se vós, Dom Foão, dizedes
Estêvão da Guarda

(Linha 6) ca pera vós, per bõa fé,
Com'aveo a Merlim de morrer
Estêvão da Guarda

(Linha 21) ca nom pod'el tal mort'estraecer.
Pero Colhos é deitado
Mem Rodrigues de Briteiros

(Linha 9) ca nom quis com el-rei guerra;
D'ũa donzela ensanhada
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 5) ca mi disse que queria
Vistes o cavaleiro que dizia
Fernão Rodrigues de Calheiros

(Linha 3) ca Joam Joanes o acharom,
Jograr Saco, nom tenh'eu que fez razom
Fernão Pais de Tamalhancos

(Linha 20) ca vej'eu que citolar nom vos oíu,
Jograr Sac', eu entendi
Fernão Pais de Tamalhancos

(Linha 4) ca desmesura pedes;
Enmentar quer'eu do brial
Lopo Lias

(Linha 22) ca fremosa dona matou
Os zevrões forom buscar
Lopo Lias

(Linha 14) ca os nom vira viir;
Ora tenho guisado
Lopo Lias

(Linha 7) ca já nom traj'a sela,
O infançom houv'atal
Lopo Lias

(Linha 25) trégoa, ca mi a pedia;
A dona fremosa do Soveral
Lopo Lias

(Linha 6) ca nom fez en nada;
- Escudeiro, pois armas queredes
Lopo Lias

(Linha 4) ca assi fez sempre meu avol.
Se m'el-rei dess'algo, já m'iria
Lopo Lias

(Linha 5) ca já [as] vendem, a Deus louvado,
Quem hoj'houvesse
Lopo Lias

(Linha 11) Ca, pois honrado
A Dona Maria [há] soidade
Lopo Lias

(Linha 3) ca perdeu aquel jograr [...]
Um cavaleiro se comprou
Martim Soares

(Linha 6) ca deu por si mais ca nom val;
Houv'Albardam caval'e seendeiro
Martim Soares

(Linha 5) fiz dereito, ca nom vi fazer,
Pero Pérez se remeteu
Martim Soares

(Linha 5) ca errou essa que quis dar;
Foi a cítola temperar
Martim Soares

(Linha 19) ca est'é, ai, meu senhor,
Com alguém é 'qui Lopo desfiado
Martim Soares

(Linha 2) a meu cuidar, ca lhi virom trager
Lopo jograr, és gargantom
Martim Soares

(Linha 12) ca irás um dia cantar
Foi um dia Lopo jograr
Martim Soares

(Linha 9) ca nom deu a Lop[o], entom,
Pero Rodriguiz, da vossa molher
Martim Soares

(Linha 3) ca entend'eu dela que bem vos quer,
Joam Fernandéz, que mal vos talharom
Martim Soares

(Linha 5) ca lhi talharom cabo do girom;
De longas vias, mui longas mentiras
Nuno Fernandes Torneol

(Linha 3) ca um ric'hom'achei eu mentireiro,
D'ũa cousa sõo maravilhado
Pero Garcia Burgalês

(Linha 13) ca peeu ced', e o filho ficou,
Maria Balteira, porque jogades
Pero Garcia Burgalês

(Linha 5) ca vos direi que lhis ouço dizer:
Fernand'Escalho leixei mal doente
Pero Garcia Burgalês

(Linha 5) ca lhi vi grand'olho mao haver,
Fernand'Escalho vi eu cantar bem
Pero Garcia Burgalês

(Linha 13) ca fodeu tanto que lh'enrouqueceu
Dom Fernando, pero mi maldigades
Pero Garcia Burgalês

(Linha 3) ca ouç'as gentes de vós posfaçar
Nostro Senhor, que bem alberguei
Pero Garcia Burgalês

(Linha 4) Ca proug'a Deus e o juiz achei,
Maria Negra vi eu, em outro dia
Pero Garcia Burgalês

(Linha 28) hei per i, [ca hei] preço de peideira.
- Senhor, eu quer'ora de vós saber
Pero Garcia Burgalês

(Linha 12) ca tanto mal mi faz a mi Amor,
Maria Negra des[a]ventuirada!
Pero Garcia Burgalês

(Linha 12) ca lhi convém que ali moira entom
Querri'agora saber de grado
Rui Queimado

(Linha 7) ca nom [vai] posfaçar endoado.
Dom Marco, vej'eu muito queixar
Rui Queimado

(Linha 2) Dom Estêvam de vós, ca diz assi:
Pero Fernándiz, home de barnage
Gonçalo Anes do Vinhal

(Linha 6) nen'o assanhem; ca, se s'assanhar,
Nom levava nem dinheiro
Gonçalo Anes do Vinhal

(Linha 12) ca el, se fosse santom,
Abadessa, Nostro Senhor
Gonçalo Anes do Vinhal

(Linha 8) Ca morto fora, mia senhor,
Quantos mal ham, se quere[m] guarecer
Gonçalo Anes do Vinhal

(Linha 5) ca nunca tam mal doent'home achou
Maestre, tôdolos vossos cantares
Gonçalo Anes do Vinhal

(Linha 11) ca, se ar seguíssedes outros sões,
- Joam Soárez, comecei
João Peres de Aboim

(Linha 5) ca vej'aqui um jograrom
- Lourenço, soías tu guarecer
João Peres de Aboim

(Linha 17) ca bem sei eu quem troba bem ou mal,
- Joam Soárez, nom poss'eu estar
João Peres de Aboim

(Linha 11) ca ben'o podedes dizer assi;
Quem diz de Dom 'Stêvam que nom vê bem
João Soares Coelho

(Linha 2) dig'eu que mente, ca diz mui gram falha;
Dom Estêvam, que Lhi nom gradecedes
João Soares Coelho

(Linha 19) ca, pois per cort'havedes a guarir,
Maria do Grave, grav'é de saber
João Soares Coelho

(Linha 3) ca vós nom sodes grave de foder,
- Vedes, Picandom, som maravilhado
João Soares Coelho

(Linha 26) ca sei canções muitas e canto bem
- Quem ama Deus, Lourenç', am'a verdade
João Soares Coelho

(Linha 19) ca nom cuidei que entençom soubesses
Dom Vuitorom, o que vos a vós deu
João Soares Coelho

(Linha 10) ca vos soub'eu dous cantares fazer,
Joam Garcia tal se foi loar
João Soares Coelho

(Linha 11) e nom vos queixedes, ca se eu tornar,
Martim Alvelo
João Soares Coelho

(Linha 6) ca mui mester ch'há;
De quant[o] hoj'eno mundo querria
João Servando

(Linha 3) ca lhi pedi os panos que tragia
- Rodrig'Eanes, queria saber
Lourenço

(Linha 3) em meus cantares; ca sei bem trobar;
Pedr'Amigo duas sobêrvias faz
Lourenço

(Linha 4) ca diz que lhi faz ende mal assaz:
- Joam Vaásquez, moiro por saber
Lourenço

(Linha 4) ca vedes o que ouço a todos dizer:
Um cavaleiro havia
Pedro, conde de Barcelos

(Linha 29) ca leixou, com mal recado,
Martim Vásquez, noutro dia
Pedro, conde de Barcelos

(Linha 4) ca viu per estrologia
Comendador, u m'eu quitei
Rui Pais de Ribela

(Linha 7) Ca muito a fostes servir,
Pero d'Ambroa, se Deus mi perdom
Pero Gomes Barroso

(Linha 3) vedes por quê: ca nom achei razom
Come asno no mercado
João de Gaia

(Linha 12) ca el tem que todavia
Se eu, amigos, u é mia senhor
João de Gaia

(Linha 7) que moir', amigos, ca nom sei eu quem
Meus amigos, pois me Deus foi mostrar
João de Gaia

(Linha 15) Ca doutra guisa nom poss'haver [i]
Em gram coita vivo, senhor
João de Gaia

(Linha 25) ca todo é em vosso poder.
Bernal Fendudo, quero-vos dizer
João Baveca

(Linha 13) ca, se vos Deus em armas bem fezer,
Um escudeiro vi hoj'arrufado
João Baveca

(Linha 21) ca um judeu havedes enganado.
Maior Garcia sempr'oi[u] dizer
João Baveca

(Linha 8) Ca diz que nom sab'u x'há de morrer,
Pero d'Ambroa prometeu, de pram
João Baveca

(Linha 5) ca entonce atá Mompilier chegou,
Dom Bernaldo, pesa-me que tragedes
João Baveca

(Linha 6) que 'n cobrades, ca esse nom é tal
Par Deus, amigos, gram torto tomei
João Baveca

(Linha 8) deste preito, ca nom pode provar
Dizem que ora chegou Dom Beeito
João Airas de Santiago

(Linha 14) ca se lhi danarom mui mal os coiros.
Ai Justiça, mal fazedes, que nom
João Airas de Santiago

(Linha 4) Joan'Airas, ca fez mui sem razom;
Oí d'Alvelo que era casado
Afonso Lopes de Baião

(Linha 5) ca lh'oí eu muitas vezes jurar
Sedia-xi Dom Belpelho em ũa sa maison
Afonso Lopes de Baião

(Linha 24) ca já outros todos em Basto som.
Em Arouca ũa casa faria
Afonso Lopes de Baião

(Linha 5) ca hei pedreiros e pedra e cal;
Dom Estêvam achei noutro dia
Mem Rodrigues Tenoiro

(Linha 19) ca, dê'lo dia em que o eu sei,
Dom Estêvam, eu eiri comi
Airas Peres Vuitorom

(Linha 19) ca a mim nom minguava nulha rem;
Dom Estêvam, tam de mal talam
Airas Peres Vuitorom

(Linha 12) ca, se havede'la besta mester,
Dom Bernaldo, por que nom entendedes
Airas Peres Vuitorom

(Linha 3) Ca nunca mais escarnid'home vi
Pois que Dom Gómez Cura querria
Airas Peres Vuitorom

(Linha 7) Deus, ca depois em bem tornaria.
À lealdade da Bezerra, que pela Beira muit'anda,
Airas Peres Vuitorom

(Linha 4) ca diz que nunca Deus diss[e] a Sam Pedro mais de tanto:
Dom Estêvam diz que desamor
Airas Peres Vuitorom

(Linha 3) ca nunca viu prazer, pois foi aqui
Fernam Díaz é aqui, como vistes
Airas Peres Vuitorom

(Linha 13) Ca d'Estorga atá Sam Fagundo
Dom Fernando, vejo-vos andar ledo
Airas Peres Vuitorom

(Linha 7) ca, atrá aqui, fostes sempr'a derredo.
Joam Soares, pero vós teedes
Airas Peres Vuitorom

(Linha 5) ca aqui têm-vos por sabedor
Já um s'achou com corpes, que fezerom
Airas Peres Vuitorom

(Linha 5) ca o vejo vestid'e de cavalo.
Elvira López, que mal vos sabedes
João Garcia de Guilhade

(Linha 22) Ca vós diredes: - Fodeu-m'o peom!
Elvira López, aqui noutro dia
João Garcia de Guilhade

(Linha 12) ca vos direi do peom como fez:
Par Deus, infançom, queredes perder
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) ca vos mandarom a capa, de pram,
- Lourenço jograr, hás mui gram sabor
João Garcia de Guilhade

(Linha 26) ca no vosso trobar sei-m'eu com'é:
- Muito te vejo, Lourenço, queixar
João Garcia de Guilhade

(Linha 14) ca vos seria grave de fazer.
Lourenço, pois te quitas de rascar
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) ca per trobar queres já guarecer;
Nunca [a]tam gram torto vi
João Garcia de Guilhade

(Linha 9) ca sempre me tev'em desdém,
Dona Ouroana, pois já besta havedes
João Garcia de Guilhade

(Linha 11) ca, pela besta, sodes soldadeira,
A Dom Foam quer'eu gram mal
João Garcia de Guilhade

(Linha 5) ca, des quand'eu sa molher vi,
Par Deus, Lourenço, mui desaguisadas
João Garcia de Guilhade

(Linha 13) ca nunca eu donas mandei tecer,
Maria Pérez se maenfestou
Fernão Velho

(Linha 2) noutro dia, ca por [mui] pecador
Vedes agora que mala ventura
Vasco Peres Pardal

(Linha 12) ca, pero muitos físicos há 'qui,
De qual engano prendemos
Vasco Peres Pardal

(Linha 5) ca x'é mui mal engan[ad]o,
Dom Ansur, per qual serviço fazedes
Vasco Peres Pardal

(Linha 5) ca, pois el-rei o dereito catar,
Senhor, Dom Ansur se vos querelou
Vasco Peres Pardal

(Linha 5) ca o foi ferir um home mui vil,
Nenguem-mim, que vistes mal doente
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 21) e conhoceu, ca já nom conhocia.
Esta ama, cuj'é Joam Coelho
Fernão Garcia Esgaravunha

(Linha 4) ca sabe bem fiar e bem tecer
- Rei D. Afonso, se Deus vos perdom
Vasco Gil

(Linha 18) ca, se o dissesse, diria mal;
Maria Pérez, and'eu mui coitado
Pero Mafaldo

(Linha 5) ca mi fazedes vós em guisa tal
Pero d'Ambroa, haveredes pesar
Pero Mafaldo

(Linha 17) ca manda el-rei que se demandar dom
Nom troux'estes cavaleiros aqui
Gil Peres Conde

(Linha 4) ca já eu [em eles] mentes meti;
Pôs conta el-rei em todas sas fronteiras
Gil Peres Conde

(Linha 4) ca diz que dizem as veedeiras
Mia senhor, já eu morrerei
Gil Peres Conde

(Linha 17) ca, pois eu por vós morto for,
Os vossos meus maravedis, senhor
Gil Peres Conde

(Linha 16) Ca passou temp'e trastempados som,
Nom é Amor em cas d'e[l]-rei
Gil Peres Conde

(Linha 2) ca o nom pod'hom'i achar
Quem me podia defender
Gil Peres Conde

(Linha 13) ca, se mal contecesse,
Já eu nom hei por quem trobar
Gil Peres Conde

(Linha 5) ca mi filhou Deus mia senhor;
A la fé, Deus, se nom por Vossa Madre
Gil Peres Conde

(Linha 16) Ca mi teedes mia senhor forçada,
Ou é Meliom Garcia queixoso
D. Dinis

(Linha 5) ca lhas vej'eu trager, bem des antano
Joam Bol'anda mal desbaratado
D. Dinis

(Linha 3) ca perdeu quant'havia gaanhado
U noutro dia Dom Foam
D. Dinis

(Linha 21) ca se lh'entom trobara ali,
Disse-m'hoj'um cavaleiro
D. Dinis

(Linha 11) ca, come cam que há fome,
Deus! Com'ora perdeu Joam Simiom
D. Dinis

(Linha 4) ca, teendo-as sãas e vivas
Joam Fernándiz quer [ir] guerreiar
Rui Gomes de Briteiros

(Linha 3) mais quer queimar, ca lhi forom queimar
Joam Fernándiz, aqui é chegado
Rui Gomes de Briteiros

(Linha 6) ca atal era o voss'anaçado
Direi-vos ora que oí dizer
João Vasques de Talaveira

(Linha 7) Ca atal dona com'ela guarir
- Ai, Pedr'Amigo, vós que vos teedes
João Vasques de Talaveira

(Linha 18) ca quant'el mais houvesse, mais valria;
- Joan'Airas, ora vej'eu que há
João Vasques de Talaveira

(Linha 18) ca Deu'lo sabe que é sem razom;
Um infançom mi há convidado
Nunes

(Linha 5) ca já des antan'hei jurado
Ai amor, amore de Pero Cantone
Fernão Soares de Quinhones

(Linha 11) ca atal era outr'amor de meu tio,
Lop'Anaia nom se vaia
Fernão Soares de Quinhones

(Linha 2) ca, senhor, se s'ora vai
Já lhi nunca pediram
Afonso Mendes de Besteiros

(Linha 9) Ca nom tinha que comer
Fernam Diaz, fazem-vos entender
Estêvão Faião

(Linha 10) Fernam Dias! Ca é de [tal] logar
[...] Ca vós nom sodes d'amor tam forçado
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 2) Ca vós nom sodes d'amor tam forçado
Os beesteiros daquesta fronteira
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 5) ca todos quantos ali tira[ro]m
De Pero Bõõ and'ora espantado
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 10) Ca de Santiag'atá Sam Fagundo
Pedi eu o cono a ũa molher
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 13) soldada, ca nom há-de falescer,
Sabedes vós: meestre Nicolao
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 13) Ca bem vi eu ena ta catadura
Sabedes vós: meestre Nicolao
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 23) ca, des que eu em ti mão meter,
Abadessa, oí dizer
Afonso Anes do Cotom

(Linha 8) Ca me fazem en sabedor
Foi Dom Fagundo um dia convidar
Afonso Anes do Cotom

(Linha 15) ca, se el cuidasse sa vaca perder,
Veerom-m'agora dizer
Afonso Anes do Cotom

(Linha 10) ca sõo eu cord'e leal,
Fernam Gil ham aqui ameaçado
Afonso Anes do Cotom

(Linha 4) ca o rapaz é mui seu natural:
Meestre Nicolás, a meu cuidar
Afonso Anes do Cotom

(Linha 13) todo per conta, ca ele x'os comprou.
Sueir'Eanes, um vosso cantar
Afonso Anes do Cotom

(Linha 7) ca vos vi sempre daquesto guardar.
Paai Rengel e outros dous romeus
Afonso Anes do Cotom

(Linha 17) ca os quis Deos de morte guarecer,
Covilheira velha, se vos fezesse
Afonso Anes do Cotom

(Linha 3) ca me buscades vós mal cada dia;
Bem me cuidei eu, Maria Garcia
Afonso Anes do Cotom

(Linha 11) ca nom hei porque foda endoado;
Orraca López vi doente um dia
Afonso Anes do Cotom

(Linha 6) ca i mais vej'eu das velhas morrer.
A ũa velha quisera trobar
Afonso Anes do Cotom

(Linha 6) ca cuidarám que trobades a mim.
Moitos s'enfingem que ham gaanhado
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 6) ca jur'a Deus que nunca mi deu rem
Nom sei no mundo outro homem tam coitado
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 5) Ca mia senhor nom me quer fazer bem
Meus amigos, tam desaventurado
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 8) [Ca] esta dona de pram há jurado,
Ora vej'eu que est aventurado
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 3) ca nom desejou do mund'outra rem
O que Balteira ora quer vingar
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 13) destes la vingue, ca em sa prisom
Querri'agora fazer um cantar
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 8) Ca já outra vez, quando foi entrar
Se eu no mundo fiz algum cantar
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 5) ca ũa dona, que sempre loei
Achou-s'um bispo que eu sei um dia
Airas Nunes

(Linha 9) se Deus me valha, ca des que naci
Pero d'Armea, quando composestes
Pero Garcia de Ambroa

(Linha 9) ca vos conselh'eu o melhor que posso;
A um frade dizem escaralhado
Fernando Esquio

(Linha 3) ca, pois el sabe arreitar de foder,
A vós, Dona abadessa
Fernando Esquio

(Linha 11) ca nom tenho al tam aginha:
A vós, Dona abadessa
Fernando Esquio

(Linha 16) ca sequer levam cordões
Moir, e faço dereito
Vidal

(Linha 8) ca sei que me quer matar;
Faz-m'agora por si morrer
Vidal

(Linha 26) ca tam coitado sejo
Lourenço Bouçom, o vosso vilão
João Velho de Pedrogães

(Linha 6) ca o meirinho em pouco terrá
Com gram coita, rogar que m'ajudasse
João Velho de Pedrogães

(Linha 19) que havedes? Ca, poilo eu filhei
De como mi ora com el-rei aveo
Afonso Fernandes Cubel

(Linha 12) come quem nom come, ca o nom tem,
[E]stêv[am] Eanes, por Deus mandade
Estêvão Fernandes Barreto

(Linha 5) ca mi dizem que lhe tem Fernam Dade
Loavam um dia, em Lugo, Elvira
João Romeu de Lugo

(Linha 9) ca a loarom quantos ali siiam,
Suer'Fernándiz, si veja plazer
Rodrigo Anes Redondo

(Linha 17) ca em Inverno e per qual tempo quer,
Marinha, ende folegares
Pero Viviães

(Linha 5) ca che tapo eu [d]aquesta minha
- Ũa pregunta vos quero fazer
Paio Gomes Charinho

(Linha 6) ca vej'ende os herdeiros queixar?
Dom Afonso Lopes de Baiam quer
Paio Gomes Charinho

(Linha 27) e revolvê-la, ca todo sofrerá
Marinha Crespa, sabedes filhar
Pero da Ponte

(Linha 8) ca nom sabedes que x'há de seer
Eu bem me cuidava que er'avoleza
Pero da Ponte

(Linha 5) ca um cavaleiro sei eu vilam
Marinha López, oimais, a seu grado
Pero da Ponte

(Linha 10) ca nom veerá i mais nulh'homem nado
Noutro dia, em Carrion
Pero da Ponte

(Linha 8) Ca muit'há já que nom comi
Sueir'Eanes, este trobador
Pero da Ponte

(Linha 12) ca, des que vo-lh'el cae na razom,
D'ũa cousa sõo maravilhado
Pero da Ponte

(Linha 15) Ca o torpe que sempr'anda calado
D'um tal ric'home ouç'eu dizer
Pero da Ponte

(Linha 13) Ca, pois d'amigos mal está,
Dom Bernaldo, pois tragedes
Pero da Ponte

(Linha 12) Ca vedes que vos fará:
Maria Pérez, a nossa cruzada
Pero da Ponte

(Linha 11) ca, pois o cadead'en foi perder,
Em almoeda vi estar
Pero da Ponte

(Linha 6) ca diziam todos que nom
De Sueir'Eanes direi
Pero da Ponte

(Linha 15) Ca lhi trobam em tam bom som
Os de Burgos som coitados
Pero da Ponte

(Linha 12) ca el, mentr'i for cornudo,
Martim de Cornes vi queixar
Pero da Ponte

(Linha 11) Ca salvar-se pod'ela bem
De [Dom] Fernam Diaz Estaturão
Pero da Ponte

(Linha 26) ca nunca deu por molher nulha rem;
Sueir'Eanes, nunca eu terrei
Pero da Ponte

(Linha 15) Ca vos vi eu aqui mui gram sazom
Quem a sa filha quiser dar
Pero da Ponte

(Linha 8) Ca me lhi vej'eu ensinar
Eu, em Toledo, sempr'ouço dizer
Pero da Ponte

(Linha 4) ca mi fui eu a verdad'en saber:
Aos mouros que aqui som
Pero da Ponte

(Linha 11) ca nunca xe lhi cozerá;
Dom Tisso Pérez, queria hoj'eu
Pero da Ponte

(Linha 9) ca nom dórmio de noite com pavor,
Elvir', a capa velha dest'aqui
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 5) ca, queres sempre por dinheiros dar
Um bispo diz aqui, por si
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 10) ca se meteu por qual direi:
Quem mi ora quisesse cruzar
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 24) em Burgos; ca, se preguntar
Pero d'Ambroa, tal senhor havedes
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 8) por seu amor; ca x'anda tam coitado
Maria Balteira, que se queria
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 4) ca nom podia mais aqui andar.
Marinha Mejouchi, Pero d'Ambroa
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 5) ca, Marinha Mejouchi, si é si:
Quer'eu gram bem a mia senhor
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 5) ca diz que, mentr'eu alg'houver,
Um cavaleiro, fi'de clerigom
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 14) ca se quer por mais fidalgo meter
Lourenço nom mi quer creer
Pedro Amigo de Sevilha

(Linha 12) trobar, ca trobador nom há
(Pero muito amo, muito nom desejo)
Anónimo - cantigas espúrias

(Linha 12) ca, pois a nós ambos i viinha proveito,
Amiga, bem sei do meu amigo
Sancho Sanches

(Linha 3) ca nom m'envia mandado nem vem,